Marcos Candido de Brito foi um dos quatro eleitos para integrar o grupo do Conselho Executivo (Foto: COB)
"Um dos pilares da minha administração é colocar o Brasil dentro das decisões estratégicas do boxe. Não somos bons apenas em termos competitivos, que é um outro pilar que já conseguimos atingir. Mas poder participar do pensamento, das decisões, das estratégias, e poder oferecer sugestões de melhoria ao boxe internacional é alvo de objetivo de minha gestão. Estar no Conselho Executivo significa isso", explicou o dirigente brasileiro.
Além de Marcos Brito, o primeiro Conselho Executivo da World Boxing será formado por Michael Muller, da Alemanha; Victorico Vargas, das Filipinas; e Susanne Karrlander da Suécia. O presidente eleito foi o alemão Boris van der Vorst, que obteve 63% dos votos. A eleição contou com a participação de 26 países dos 27 países membros da nova entidade.
A WB foi criada em abril de 2023 com o objetivo de manter o boxe nas Olimpíadas após a suspensão da IBA, por parte do COI, depois de casos de corrupção. A WB ainda busca o reconhecimento da entidade máxima olímpica para preservar o boxe na agenda dos Jogos a partir de Los Angeles-2028. Assim como em Tóquio-2020, em Paris-2024 o boxe está sendo organizado por uma força-tarefa do COI.
"Eu vejo que com a World Boxing a gente finca o pé na manutenção do boxe olímpico. O que eu espero do boxe são atividades, competições de alto nível, alta qualidade e acima de qualquer suspeita em seus resultados. Criar esse ambiente de confiabilidade, garantindo o resultado dentro do ringue e um regulamento transparente, é o que espero para o desenvolvimento do boxe", acredita Brito.
Confira abaixo a entrevista completa com Marcos Brito:
- Qual o papel do World Boxing?
Marcos Brito: A World Boxing nasceu de uma dissidência de alguns países de dentro da IBA que viam o risco do boxe ficar fora das Olimpíadas em razão do posicionamento e das exigências que o COI vinha fazendo e que claramente colocavam em risco a participação do boxe nas Olimpíadas. Alguns pais saíram da IBA e montaram a World Boxing com o objetivo de se apresentar como uma alternativa a tudo o que a IBA estava cometendo de erros e equívocos. Esse nascimento foi de muita importância porque a World Boxing se coloca hoje como a única opção do boxe para sua manutenção como esporte olímpico.
- Para você, o que representa ser um dos conselheiros?
MB: Um dos pilares da minha administração é colocar o Brasil dentro das decisões estratégicas do boxe. Não apenas em termos competitivos, que é um outro pilar, e a gente já conseguiu atingir, mas poder participar do pensamento, das decisões, das estratégias, e poder oferecer sugestões de melhoria. Estar no Conselho Executivo significa isso, mas não para por aí, quero que muitos outros brasileiros possam apresentar suas qualidades nas diversas áreas que envolvem o boxe.
- O que você vai buscar fazer como conselheiro?
MB: As obrigações do Conselho como instituição e como individualização de cada um dos seus membros é zelar pelo estatuto da World Boxing, fazer este estatuto ser cumprido, apresentar direcionamentos, atender às exigências do COI, agir com transparência, com compliance, exigir e fiscalizar os princípios de boa governança, fiscalizar toda a administração da World Boxing, além de outras obrigações inerentes a qualquer conselho, como aprovar sugestões para a realização de campeonatos, pedidos de filiação, a inserção de árbitros e juízes. Tudo isso tem como objetivo zelar para que tenhamos excelentes resultados dentro da World Boxing com absoluta e total isenção e apresentemos ao COI, como robustamente qualificados para a manutenção do Boxe como esporte olímpico.
- Para o boxe brasileiro, o que representa ter um representante no conselho?
MB: Muito mais importante que eu ser conselheiro da World Boxing é o Brasil ter um conselheiro na World Boxing. Mas essa não é a única posição que a gente quer. Como eu disse antes, o objetivo é estar inserido nas decisões estratégicas. Assim como eu me candidatei ao conselho, eu também apresentei vários outros brasileiros para a composição do quadro de diferentes comissões, diferentes conselhos. Essa é uma das buscas que eu continuo fazendo, que é ter brasileiros qualificados em suas áreas atuando dentro de suas expertises. No Brasil temos muitos profissionais com capacidade para contribuir para diversas áreas como a área técnica, medicina, antidoping, comunicação, compliance, árbitros e juízes etc. Sempre iremos apresentar excelentes opções de profissionais brasileiros comprometidos com o desenvolvimento de nossa modalidade.
- Com a World Boxing, o que você projeta para a modalidade nos próximos anos?
MB: Vamos buscar fazer um excelente trabalho. Hoje o nosso objetivo principal é organizar essa arrancada do boxe e preparar calendário de competições, preparar o regulamento para que seja o mais isento possível. Vamos buscar atender todas as agências e se apresentar como uma entidade isenta e absolutamente correta que atende todos os princípios de boa governança, de compliance, de transparência. Temos pela frente um trabalho muito grande e eu acredito que nós vamos colaborar bastante para o desenvolvimento do boxe.
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