Tererê e Rafael Carino: parceria que deu certo (Foto: Arquivo pessoal)
Nesta semana, como símbolo dessa nova fase, Tererê e Carino realizaram um seminário na Academia Four Fitness, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. A presença do multicampeão emocionou alunos e professores. Ao relembrar sua trajetória, Tererê falou com franqueza sobre o período que marcou seu declínio.
“Eu nunca tinha provado drogas, não sabia que isso ia acontecer comigo. Em 2004, comecei a provar a maconha, diziam que era natural. O meu uso bateu com uma esquizofrenia que eu não sabia que tinha. Ficava andando de madrugada sozinho, procurando outras drogas. Até que conheci o crack, aí minha carreira despencou. Não queria mais colocar o quimono”, contou Tererê, que seguiu:
“Cheguei a ver o adesivo ‘só o Jiu-Jitsu salva’, mas pra mim não era só isso. Dependia de terapeuta, psiquiatra, psicólogo. O Jiu-Jitsu eu sei, mas faltava a parte médica que hoje eu tenho. Estou há dez meses limpo, quase 11. Nunca fiquei tanto tempo assim. Quero ficar mais. Tenho o Rafael como exemplo, que está há 19 anos limpo”, completou.
Carino, que acompanha Tererê ao longo deste processo, reforçou o peso simbólico desse momento: “É gratificante, porque além de ele ser um ídolo mundial, também é o meu ídolo. Ele tem muito a passar para o Jiu-Jitsu, não só de técnica, mas de superação. Essa doença (dependência química não tem cura, mas tem tratamento. Eu vivo a minha muito bem, com meu filho, minha esposa, meu trabalho, sem precisar de qualquer substância. Trazemos essa recuperação do Tererê não só porque ele merece, mas porque ele vai levar isso adiante para outras pessoas”, afirmou.
Figura histórica do esporte, Tererê é dono de cinco títulos do Mundial da IBJJF e teve sua trajetória retratada no filme “O Faixa-Preta”, lançado em 2022. Sua nova fase reacende a esperança de quem acredita no poder do esporte aliado ao cuidado integral.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.