Presidente do Vasco, Jorge Salgado, com investidores da 777 Partners, Josh Wander e Juan ArciniegasDaniel Ramalho/Vasco

Rio - A 777 Partners não depositou, nesta quinta-feira (5), o valor completo do segundo aporte previsto no acordo para compra da SAF do Vasco. O clube recebeu apenas R$ 38,5 milhões dos R$ 110 milhões esperados. Caracterizando inadimplência da empresa norte-americana, a diretoria do Cruz-Maltino, por sua vez, já pode acionar cláusula do contrato para retomar o controle do futebol e ficar com 81% das ações.
Em meio ao imbróglio na gestão sem o repasse da verba, a diretoria já estuda os próximos passos. Nesta sexta-feira, logo no início do expediente bancário, caso a 777 ainda não tenha feito o pagamento, a parte associativa do Vasco pode pagar o valor simbólico de R$ 1 mil, previsto em contrato, para voltar a gerir.
Caso isso aconteça, o grupo de investidores da SAF terá outra chance de fazer o pagamento dentro de 30 dias e regularizar toda a situação, recuperando novamente o controle do futebol. 
Dentro do acordo entre as partes, o clube é dono de 30% das ações e a empresa, por sua vez, de 70%. A irregularidade faz com que o Vasco tenha o direito de reaver 51% das ações de forma imediata, deixando apenas 19% (com o primeiro aporte de R$ 190 milhões) para a 777 Partners e podendo, assim, negociar com outros investidores.
O segundo aporte da 777 seria de R$ 120 milhões, mas houve adiantamento de R$ 16 milhões na janela de transferências para contratações e acréscimo de juros de R$ 6 milhões. O prazo inicial para depósito, vale lembrar, era no dia 5/9, o que também acarretará em juros na hora do repasse da verba para os cofres do clube.