O coletivo tem como objetivo fomentar o protagonismo jovem em prol das boas práticas socioambientais.Fotos: Rodrigo Campanário

Um grupo de adolescentes de 15 a 17 anos, moradores de Itaguaí, está empenhado em adquirir conhecimentos e ajudar a sensibilizar moradores para questões ambientais que atingem o município. Eles integram o primeiro ecoclube da região, promovido pelo Projeto Do Mangue ao Mar — iniciativa da ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro. O coletivo tem como objetivo fomentar o protagonismo jovem em prol das boas práticas socioambientais.

Ao longo de sua formação no Ecoclube, que começou em outubro de 2023 e se estenderá até setembro de 2024, o grupo de jovens irá explorar diversas temáticas que visam ao desenvolvimento pessoal, coletivo e socioambiental. Entre os temas trabalhados estão: racismo ambiental, emergências climáticas, saúde ambiental e saneamento. Os adolescentes são incentivados ainda a celebrar a cultura local, identificando e preservando as tradições que estão enraizadas nas comunidades costeiras.

O processo de aprendizado e atuação dos jovens estão alinhados com temas pertinentes as suas localidades e são cocriadas com eles, de acordo com suas vivências.

As atividades também são norteadas pela primeira versão do Programa de Educação Ambiental para o Combate ao Lixo do Mangue ao Mar (PEA-CoaLiMMar), resultado de um estudo sobre a problemática dos resíduos sólidos, principalmente no ambiente costeiro e marinho, realizado pela equipe de Educação Ambiental do Projeto Do Mangue ao Mar. Esse documento busca conduzir as ações desse eixo, exemplificando em sua prática a possibilidade de sensibilizar diferentes públicos a partir de ações estratégicas e direcionadas para o combate ao lixo.

Entre os principais problemas já identificados pelos jovens em suas localidades estão poluições biológica, hídrica e dos solos; degradação das matas; queima de lixo; uso desnecessário de água; resíduos lançados nos rios e valões; e deslizamento de terra.

Foi a busca por mais conhecimentos e práticas que os ajudem a mudar essa realidade que motivou a participação de muitos dos jovens no ecoclube. “Estamos aprendendo e repassando a outras pessoas que podemos aos poucos fazer a diferença para um futuro melhor”, afirmam os ecoclubinos.
Rodas de conversa, palestras e projetos para inspirar ações positivas e sustentáveis nas localidades são algumas das atividades práticas que já estão sendo planejadas pelos jovens.
“Nosso objetivo é sensibilizar e mobilizar jovens para se tornarem agentes de mudança alinhados com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Agenda 2030. Através de atividades educacionais, práticas e participativas, o Ecoclube visa incentivar a conservação da natureza, o uso sustentável dos recursos naturais, a valorização do patrimônio cultural e o fortalecimento das comunidades locais”, explica a coordenadora de Educação Ambiental do Projeto Do Mangue ao Mar, Andresse Maria.

“Uma série de fatores nos leva a implantar o primeiro ecoclube de Itaguaí. Primeiro, pelos problemas socioambientais diagnosticados e, ainda, pela capacidade de assimilação de boas práticas, tão comuns aos jovens. Esta ação, consorciada com um grande trabalho de educação ambiental, nos permite praticar a máxima — comumente atribuída a Pitágoras — de que se educarmos os pequenos, não será preciso punir os homens”, ressalta o presidente da ONG Guardiões do Mar e coordenador do Projeto Do Mangue ao Mar, Pedro Belga.

Os ecoclubes constituem um movimento internacional de participação juvenil. Liderado pelos próprios jovens, os participantes articulam ações buscando a mudança da realidade das localidades onde estão inseridos por meio de campanhas de sensibilização e propostas que promovam a sustentabilidade.

Sobre o Projeto Do Mangue ao Mar

O Projeto Do Mangue ao Mar — realizado pela ONG Guardiões do Mar, em convênio com a Transpetro — une ambientalistas, lideranças e juventude de comunidades tradicionais (pescadores artesanais, caiçaras, catadores de caranguejo, indígenas e quilombolas) para fomentar o protagonismo dos povos do mar. Juntos, eles buscam soluções para os problemas socioambientais diagnosticados, incentivam o turismo de base comunitária com a valorização da cultura local, além de realizarem formações continuadas, atividades de educação ambiental crítica, pesquisas e eventos no entorno das Baías de Guanabara e Sepetiba.

Atuando com conservação de manguezais e democratização de conhecimento sobre os ambientes costeiros marinhos, o projeto oferece pagamento de serviço ambiental para catadores de caranguejo e pescadores artesanais, via transferência de renda para trabalho de limpeza nos manguezais. Eles são importantes aliados no combate a emergências climáticas, além de oferecerem serviços ecossistêmicos que fomentam a socioeconomia e sociobiodiversidade local.

Com um ano de atuação, o Projeto é parceiro oficial no Brasil para a Década das Nações Unidas para Restauração de Ecossistemas (2021-2030), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e um dos signatários do Plastic no Thanks, movimento que trabalha para mitigar as consequências da produção, do consumo e do descarte de plásticos. Se conecta, dessa forma, a outras grandes coalizões internacionais para a aprovação de um acordo juridicamente vinculativo sobre o uso de plásticos, através da Assembleia de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas.

Sobre a Guardiões do Mar
A ONG Guardiões do Mar, há 25 anos, produz e apoia a ciência, promovendo o protagonismo juvenil e mobilizando comunidades para a conservação e/ou restauração de ecossistemas costeiros, em especial no combate ao lixo no mangue e no mar. Junte-se a nós neste movimento. Importantes aliados no combate a emergências climáticas, além de oferecerem serviços ecossistêmicos que fomentam a socioeconomia e sociobiodiversidade local.

Sobre a Transpetro

A Transpetro é a maior empresa de logística multimodal de petróleo, derivados e biocombustíveis da América Latina. A companhia opera de forma integrada 49 terminais (28 aquaviários e 21 terrestres), cerca de 8,5 mil quilômetros de dutos, além de 36 navios. Subsidiária integral da Petrobras, a Transpetro atende a mais de 180 clientes, entre distribuidoras, indústria petroquímica e demais empresas do setor de óleo e gás.
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