Hoffmann afirma que sem capacidade de investimento, não há perspectiva de desenvolvimento Foto Folha de Italva/Divulgação
Municípios do Noroeste aparecem em situação crítica no Índice de Gestão Fiscal
Apenas Cambuci e Itaperuna se destacam, em 35ª e 36ª posições no ranking estadual de situação fiscal
Itaperuna – Levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que os municípios do Noroeste Fluminense estão, em média, em situação crítica no que se refere à capacidade de autonomia financeira e de investimentos. O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) da região está abaixo da média estadual, segundo dados oficiais de 2022 divulgados esta semana.
Os principais problemas dos municípios detectados pelo estudo estão relacionados a questões estruturais. Mesmo num contexto econômico favorável, Aperibé e Varre-sai aparecem entre os piores índices do estado. Já os únicos que apresentaram na situação fiscal no ano são Cambuci e Itaperuna, respectivamente, em 35º e 36º no ranking.
De acordo com os dados, os dois municípios se destacaram em boas situações fiscais, principalmente com resultado excelente no indicador de gastos com pessoal e nota máxima em liquidez. O presidente da Firjan Noroeste Fluminense, José Magno Vargas Hoffmann, explica que o IFGF traz um retrato do quadro fiscal da região “para que seja tomada a dianteira das tão urgentes reformas estruturais”.
“Sem capacidade de investimento, não há perspectiva de desenvolvimento local”, observa Hoffmann defendendo: “Não há outra solução que não seja a modernização do setor público, para que tenhamos um ambiente de negócios competitivo e possamos atrair mais indústrias e gerar empregos na região”. disse
O economista chefe da Firjan, Jonathas Goulart, avalia que os dados mostram que o debate sobre a situação fiscal dos municípios e a necessidade de reformas estruturais são fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico sustentável: “Os gestores precisam ter em mãos os instrumentos necessários para administrar de forma eficiente os recursos públicos nas mais diversas situações econômicas e assim superar as precariedades locais”, sugere.
Goulart compara que o IFGF Geral do Noroeste Fluminense foi de 0,5496 ponto, abaixo do observado no estado do Rio (0,6062): “O índice teve influência de dados como o de IFGF Autonomia (0,2256 ponto), que verifica se as receitas oriundas da atividade econômica suprem os custos para manter a Câmara de Vereadores e a estrutura administrativa da prefeitura”.
Na média, a conclusão é de que os municípios do Noroeste Fluminense apresentaram desempenho significativamente inferior aos demais do estado no indicador. Outro dado também apontado como preocupante é o do IFGF Investimentos, que mede a parcela da receita destinada aos investimentos públicos: a região registrou 0,2033 (situação crítica). Todos os detalhes do levantamento estão no portal da Firjan.
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