Ações buscam alertar sobre o impacto do plástico no meio ambiente e na saúde das pessoasFoto: Divulgação
Campanha em Macaé propõe um julho sem plástico
Iniciativa quer estimular a redução do uso de descartáveis nos órgãos públicos e servir de exemplo para a população
Macaé - A campanha “Julho sem Plástico”, promovida pela Secretaria de Ambiente, Sustentabilidade e Clima de Macaé, convida a população a repensar hábitos e a reduzir o uso de itens descartáveis. A proposta começou nos setores públicos do município, com o objetivo de influenciar também o comportamento da sociedade como um todo.
Entre as ações implementadas, estão a distribuição de sacolas retornáveis feitas com garrafas PET e de copos biodegradáveis produzidos com fibras de trigo. Os servidores municipais também participam de desafios internos, como passar um período sem utilizar utensílios de plástico em casa e no trabalho. O uso excessivo de plásticos descartáveis preocupa especialistas por seu impacto direto no meio ambiente e na saúde humana, uma vez que muitos desses resíduos acabam indo parar no mar e se transformam em microplásticos.
O movimento “Julho Sem Plástico” teve início em 2011, na Austrália, com o objetivo de conscientizar sobre os danos provocados por esse tipo de material. No Brasil, estudos apontam a presença de microplásticos nos oceanos, que podem comprometer a cadeia alimentar e causar sérios problemas ambientais. Esses fragmentos minúsculos, com menos de 5 milímetros de diâmetro, são ingeridos por plânctons, peixes e frutos do mar, chegando ao consumo humano.
Outro ponto de alerta é o tempo de decomposição dos plásticos, que pode ultrapassar 400 anos, liberando toxinas e provocando desequilíbrios nos ecossistemas. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), mais de 400 milhões de toneladas de plásticos são produzidas por ano no mundo, com previsão de alcançar 1.100 milhões até 2050. Hoje, estima-se que 199 milhões de toneladas já estejam nos oceanos.
A crise ambiental causada pelo plástico também se manifesta de forma visível. Um estudo recente da geóloga Fernanda Avelar dos Santos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), identificou na ilha da Trindade, no Espírito Santo, a formação de uma rocha composta por plástico. O fenômeno, antes registrado no Havaí, reforça os efeitos da ação humana sobre o planeta e levanta discussões sobre uma possível nova era geológica, o Antropoceno.
Para aderir à campanha, a recomendação é evitar o uso de canudos, sacolas e talheres descartáveis, optar por produtos com menos embalagem, substituir tecidos sintéticos por naturais, carregar canecas reutilizáveis e praticar a compostagem. A proposta é simples: mudar hábitos para proteger o planeta.

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