O assassino do laser
O assassino do laser", John Ausonius. AFP
Por O Dia

Frankfurt - "O assassino do laser", John Ausonius, de 64 anos, que cumpre pena de prisão perpétua em seu país por uma série de ataques racistas, foi condenado a mesma pena pela Justiça alemã pelo assassinato de uma mulher judia há 25 anos em Frankfurt.

O acusado foi considerado culpado pelo tribunal de Frankfurt pelo assassinato em fevereiro de 1992 de Blanka Zmigrod, de 68 anos, uma sobrevivente dos campos de extermínio nazistas. Ela foi morta com um tiro na cabeça.

Na terça-feira, o Ministério Público solicitou prisão perpétua por "assassinato agravado", com o mínimo de 15 anos de pena irredutível. A defesa, por sua vez, insistiu na ausência de provas incriminando o acusado e pediu sua absolvição. Ele já cumpre condenação na Suécia por ter atirado contra várias pessoas em 1991 e 1992, utilizando para isto uma arma com visão a laser.

Os ataques, contra pessoas de origem estrangeira, deixaram um morto e vários feridos graves. O autor do massacre de Utøya, o norueguês Anders Breivik, que matou 77 pessoas em 2011, afirmou que Ausonius foi uma de suas fontes de inspiração.

Prisão

Ausonius cumpria a condenação na Suécia depois de ter sido sentenciado à prisão perpétua em 1995, mas no fim de 2016 foi extraditado para a Alemanha para ser julgado pelo assassinato de Blanka Zmigrod. A motivação do assassinato parece fútil: Ausonius estava convencido que a vítima havia roubado sua agenda eletrônica, que continha os números de suas contas bancárias, e desejava vingança.

Eles se encontraram em um hotel de Frankfurt, onde a vítima trabalhava. No momento de pegar de volta seu casaco, Ausonius a acusou de ter roubado sua agenda eletrônica. A direção do hotel pediu ao sueco que deixasse o local. Ele que nega as acusações, teria então ameaçado Blanka Zmigrod.

O acusado

John Ausonius, cujo nome verdadeiro é Wolfgang Alexander, nasceu na Suécia. É filho de um suíço e de uma alemã. Era obcecado em parecer um "verdadeiro sueco": chegou tingir o cabelo de louro e a usar lentes de contato azuis. De acordo com a imprensa, tinha transtorno de personalidade, um comportamento extremamente violento, especialmente com as mulheres, e assaltou vários bancos.

Interrompeu os estudos cedo e cumpriu o serviço militar, quando sua precisão como atirador chamou a atenção. Depois sobreviveu com pequenos trabalhos informais, antes de fazer fortuna especulando na Bolsa. Mas perdeu todo o dinheiro.

Segundo os investigadores, ele cometeu o assassinato de Frankfurt depois de fugir da Suécia após os ataques racistas. Retornou a Estocolmo no mesmo ano para tentar assaltar outro banco.

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