Hala, 9, receives treatment at a makeshift hospital following Syrian government bombardments on rebel-held town of Saqba, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018. / AFP PHOTO / AMER ALMOHIBANY - AFP/AMER ALMOHIBANY
Hala, 9, receives treatment at a makeshift hospital following Syrian government bombardments on rebel-held town of Saqba, in the besieged Eastern Ghouta region on the outskirts of the capital Damascus on February 22, 2018. / AFP PHOTO / AMER ALMOHIBANYAFP/AMER ALMOHIBANY
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Síria - Ontem foi o sexto dia seguido de bombardeio em Ghuta Oriental, um dos últimos redutos rebeldes na Síria. A região, próxima à capital, tem sido atacada sem clemência pelos aviões do governo de Bashar al-Assad. Enquanto civis sofrem já passa de 400 o número de mortos , potências não se entendem. Votação prevista para ontem no Conselho de Segurança da ONU, a fim de garantir uma trégua para auxiliar a população, foi adiada para hoje. Segundo o secretário-geral Antonio Guterres, Ghuta virou "um inferno".

A Turquia pediu ontem à Rússia e ao Irã, principais aliados do presidente sírio, que contenham os ataques. "Rússia e Irã devem deter o regime", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, considerando que a ofensiva em Ghuta Oriental e na província rebelde de Idlib é contrário aos acordos negociados por Ancara, Moscou e Teerã nas discussões de paz.

A União Europeia fez coro. Dirigentes de França e Alemanha solicitaram em carta comum apoio a resolução do Conselho de Segurança da ONU nesta linha. "O governo de (Bashar al) Assad ataca brutalmente homens, mulheres e crianças inocentes. Seus aliados Rússia e Irã lhe deixam agir. Urgimos que façam essa violência parar. A UE pede cessar-fogo imediato", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o comportamento de Rússia e Irã na Síria é "uma vergonha". "Direi a vocês que o que Rússia, Irã e Síria passaram recentemente é uma vergonha humanitária. Nós estamos ali por uma razão, eliminar o EI e depois irmos para casa. Mas o que esses países estão fazendo é uma vergonha", declarou Trump.

Assad se faz de surdo

Mas o regime Assad ignora sistematicamente os apelos internacionais para acabar com o banho de sangue na região. Nesta sexta, os bombardeios deixaram 32 mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. "O balanço pode aumentar, pois há muitos feridos em estado crítico e vítimas sob os escombros", alertou a a ONG.

Os cerca de 400 mil habitantes de Ghuta, submetidos a um asfixiante sítio do regime desde 2013, sofrem com a escassez de alimentos e medicamentos. Mais de 13,1 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária, incluindo os 6,1 milhões de deslocados dentro do país desde o início, em 2011, de uma guerra civil que matou mais de 340 mil pessoas.

 

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