Presidente das Filipinas Rodrigo Duterte beijou mulher casada durante comício - Reprodução/ Youtube
Presidente das Filipinas Rodrigo Duterte beijou mulher casada durante comícioReprodução/ Youtube
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Filipinas - O presidente filipino Rodrigo Duterte gerou controvérsia ao pressionar uma mulher casada a beijá-lo na boca diante de milhares de apoiadores neste domingo. A cena aconteceu durante um ato público com trabalhadores filipinos da Coreia do Sul. Duterte chamou a mulher ao palco para lhe dar um livro.

O incidente aconteceu ao final de um discurso de duas horas, quando o presidente ofereceu um livro à multidão e apontou para duas mulheres. "Há um pagamento por isso, um beijo. Você, de branco. Você está pronta para ser beijada? Venha aqui", disse o presidente, de 73 anos, a uma das mulheres no palco.

A primeira mulher deu um beijo no rosto do presidente. A outra, de branco, pegou sua mão e colocou na testa, um gesto tradicional de respeito a um idoso. No entanto, ele a pediu para se aproximar e lhe dar um beijo, apontando para seus lábios.

Enquanto a multidão gritava, o presidente perguntou se a mulher era casada, se o marido estava por perto e se ela seria capaz de explicar que o que estavam prestes a fazer era apenas uma piada. Ela respondeu que o marido não estava presente e que poderia explicar o ato. "Deixe-o com ciúmes", declarou Duterte.

Então se inclinou e beijou a mulher, que se manteve imóvel, e depois gritou e cobriu o rosto. "Não leve isso a sério", disse o líder, mais tarde, à multidão. "É apenas para dar diversão às pessoas."

Enquanto a mulher defendeu o beijo e disse que ficou emocionada com o encontro, outros disseram que o presidente foi longe demais. Um senador chamou o ato de "exibição desprezível de sexismo e grave abuso de autoridade".

A senadora Risa Hontiveros também criticou. "O presidente Duterte agiu como um rei feudal que acha que ser presidente tem o direito de fazer qualquer coisa que lhe agrade".

Mandou representante da ONU para o inferno

Neste domingo, Duterte mandou um especialista da ONU para o inferno, depois de ter sido criticado pela destituição da presidente da Suprema Corte do país.

O peruano Diego García-Sayán, relator especial da ONU sobre a independência dos magistrados e advogados, acusou Duterte de "travar um ataque brutal" contra o poder judiciário mediante suas ações contra Maria Lourdes Sereno.

Os juízes da Suprema Corte das Filipinas votaram em maio a destituição de sua presidente, voz crítica da violenta campanha contra as drogas orquestrada pelo polêmico chefe de Estado.

"Digam a ele (Diego García-Sayán) para não se meter nos assuntos de meu país. Ele pode ir para o inferno", declarou, enfatizando não ter nada a ver com a destituição da presidente da Suprema Corte.

Sereno, a primeira mulher a presidir a Suprema Corte, figura entre as personalidades do arquipélago que sofreram represália por criticar o presidente.

Ela é acusada de não ter declarado seus bens à receita e de ter falsificado decisões do tribunal.

Em 2017, Duterte já se indispôs com outra especialista da ONU, que ameaçou dar um tapa na cara da francesa Agnès Callamard, enviada especial da ONU para as execuções sumárias ou arbitrárias.

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