Policiais procuram por vítimas da erupção do Vulcão de Fogo na aldeia de San Miguel Los Lotes, coberta de cinzas, no departamento de Escuintla, a cerca de 35 km a sudoeste da Cidade da Guatemala - Johan Ordonez / AFP
Policiais procuram por vítimas da erupção do Vulcão de Fogo na aldeia de San Miguel Los Lotes, coberta de cinzas, no departamento de Escuintla, a cerca de 35 km a sudoeste da Cidade da GuatemalaJohan Ordonez / AFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Cidade da Guatemala - A Coordenadoria Nacional para Redução de Desastres da Guatemala (Conred) disse, nesta quinta-feira, que está suspendendo os trabalhos de resgate nas áreas afetadas pela erupção do Vulcão de Fogo. Chove na área e, segundo a Conred, o material vulcânico acumulado na região torna o trabalho perigoso para os socorristas.

O órgão suspendeu o resgate depois que 72 horas se passaram desde o desastre. Segundo autoridades, depois desse período, as chances de encontrar sobreviventes são mínimas.

O Conred também pediu à população que fique longe das áreas devastadas.

Mais cedo na quinta-feira, a Força Aérea dos Estados Unidos transportou seis crianças guatemaltecas com graves queimaduras para tratamento no Texas.

O grupo será internado no Hospital Shriner's, na cidade de Galveston. As crianças estão entre as vítimas da erupção do vulcão, que enterrou quase aldeias inteiras em cinzas e lama superaquecida.

Segundo autoridades, 99 mortes foram confirmadas e muitas pessoas ainda estão desaparecidas. 

 

O vulcão, com 3.763 metros de altura e situado 35 km a sudeste da capital, registrou no domingo sua erupção mais forte nas últimas quatro décadas que deixou desde então 99 mortos e 197 desaparecidos, segundo dados da Conred.

Perigo iminente

O trabalho árduo foi suspenso devido à ameaça potencial do desprendimento a qualquer momento de sedimentos das ladeiras, podendo ocasionar outra tragédia, já que o vulcão se mantém ativo lançando colunas de cinzas.

Além disso, pode voltar a gerar fluxos de gases tóxicos, pedras e material vulcânico, que caem a grande velocidade e arrasam tudo em sua passagem.

"As condições climáticas e resultantes do material quente ainda depositado na área não são adequadas para preservar a integridade física dos socorristas", afirmou o porta-voz da Conred, David de León.

Uma das avalanches ocorridas arrasou com comunidades da cidade de Escuintla, que ficaram sepultadas sob toneladas de escombros.

Apesar de as autoridades guatemaltecas não terem pedido ajuda oficialmente, muitos países se dispuseram a fazê-lo, como os Estados Unidos que enviaram um avião da Força Aérea para transportar seis crianças guatemaltecas que precisam de tratamento para queimaduras.

O Chile também anunciou sua cooperação tecnológica para monitorar a atividade do vulcão na Guatemala e o México anunciou que prestará assessoria técnica médica enviando uma equipe de especialista em queimaduras.

A brigada de médicos de Cuba que reside na Guatemala também colabora nas tarefas de apoio aos abrigos montados pelo governo.

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