Bruxelas - A primeira-ministra britânica, Theresa May, pediu nesta quinta-feira aos líderes da União Europeia que não arrisquem a segurança de seus cidadãos cortando os laços de segurança com o Reino Unido depois do Brexit.
Durante um jantar de trabalho em uma cúpula em Bruxelas, May advertiu que Londres não poderia compartilhar informações sobre criminosos e redes terroristas na Europa, se a UE cumprir suas normas que limitam a cooperação com terceiros países.
"Está sendo colocada em risco a nossa capacidade para fazer isso", disse, reiterando seu compromisso "incondicional" com a segurança no continente depois do Brexit, previsto para março de 2019. "Peço-lhes que considerem o que é melhor para a segurança de seus cidadãos e dos meus", disse aos 27 líderes europeus, segundo Downing Street.
O chefe negociador da UE, Michel Barnier, advertiu que, depois do Brexit, o Reino Unido perderá acesso às bases de dados policiais e aos mecanismos da UE para compartilhar informações e decretar prisões transfronteiriças. "Já não poderíamos compartilhar alertas em tempo real para as pessoas procuradas, incluindo os criminosos perigosos", disse May.
"E nossa capacidade coletiva de localizar redes terroristas em toda a Europa e levar os responsáveis à Justiça se veria reduzida", apontou. "Isso não é o que eu quero e também não acho que seja o que eles querem".
Os líderes da UE, sem May, discutirão sobre os avanços do Brexit na sexta-feira. May pediu aos que solicitem à Comissão Europeia que suavize suas diretrizes de negociação sobre segurança.
A primeira-ministra admitiu, ao chegar a Bruxelas, que as negociações sobre o Brexit devem avançar em um ritmo mais rápido para alcançar um acordo sobre a separação em outubro, antes da materialização oficial da saída do Reino Unido da União Europeia.
Vários líderes da UE estimam que as negociações estagnaram, sobretudo por uma falta de acordo sobre como evitar uma fronteira física entre a província britânica da Irlanda do Norte e a Irlanda, país da UE.