Por AFP

México - A caravana de migrantes, a maioria hondurenhos, completou neste sábado mais uma etapa de cerca de oito horas rumo à Cidade do México, enquanto o governo reiterou sua oferta de ajuda a quem pedir refúgio e decidir não seguir aos Estados Unidos.

Os migrantes deixaram o estado de Chiapas, na fronteira com a Guatemala, e chegaram à tarde em Tapanatepec, Oaxaca, onde vão pernoitar.

A quilométrica coluna humana foi parada momentaneamente pela polícia em uma estrada na altura da comunidade de Las Arenas, no município de Arriaga, Chiapas, a 25 km de Tapanatepec, constatou uma equipe da AFP.

"O que aconteceu é que o governo enviou representantes da gendarmeria e do Instituto Nacional (INM) de Migração para se assegurar de que os estrangeiros conhecem o plano lançado ontem (sexta-feira) pelo presidente para eles e felizmente não houve nenhum confronto", disse o presidente da Comissão de Direitos Humanos de Chiapas, Juan Gabriel Mendoza, que atuou como intermediário.

O presidente Enrique Peña Nieto lançou nesta sexta um programa dirigido a migrantes, denominado "Você está em casa" (Estás en tu casa) e que oferece assistência médica, educação e inclusive trabalho temporário a centro-americanos sem documentos, com a condição de que solicitem refúgio e permaneçam nos estados de Oaxaca e Chiapas, este último fronteiriço com a Guatemala.

A secretaria de governo (ministério do Interior) assegurou que já foram entregues 11 cédulas de identidade a migrantes que pediram refúgio e que com esse documento poderão trabalhar até que seu caso se resolva.

"Com o acompanhamento de pessoal do Escritório no México do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, os beneficiados pelo plano foram transferidos pelas autoridades do INM aos dois novos abrigos de portas abertas, onde permanecerão enquanto continuam seus processos de pedido de refúgio", destacou um comunicado do Governo.

Defensores de direitos humanos denunciaram que aqueles que pedem refúgio terminam sendo praticamente detidos ao ser levados a instalações nas quais são obrigados a ficar confinados.

Depois de duas horas na blitz policial, os centro-americanos seguiram sem incidentes seu caminho rumo à Cidade do México.

A ONU estima que esta caravana tenha reunido 7.000 pessoas, mas a organização Povos sem Fronteira, que as acompanha, considera que algumas delas ficaram pelo caminho e outras decidiram voltar, o que reduziu o número a mais de 4.000 ao chegar a Arriaga, onde vão passar a noite.

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