O presidente dos EUA, Donald Trump e o presidente russo, Vladimir Putin - Brendan Smialowski /AFP
O presidente dos EUA, Donald Trump e o presidente russo, Vladimir PutinBrendan Smialowski /AFP
Por AFP

Washington - O presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira que cancelou uma reunião planejada na cúpula do G20 com seu colega russo Vladimir Putin sobre a tensão entre Moscou e Kiev após a tomada russa de três navios militares ucranianos.

"Com base no fato de que navios e marinheiros não foram devolvidos pela Rússia, decidi que seria melhor para todas as partes envolvidas cancelar minha reunião previamente agendada na Argentina com o presidente Vladimir Putin", escreveu Trump no Twitter, acrescentando que ele espera ter "um encontro significativo" com o líder russo "assim que esta situação for resolvida".

No último domingo, 25, a Marinha ucraniana acusou a guarda costeira da Rússia de disparar e apreender dois navios de artilharia do país no Mar Negro, após um incidente perto da Crimeia, região anexada pelos russos em 2014. Um rebocador também foi apreendido e dois tripulantes ficaram feridos.

Moscou culpou Kiev de preparar e orquestrar "provocações". Desde a anexação pela Rússia da Crimeia, antes território ucraniano, os russos têm trabalhado firmemente para reforçar sua zona de controle em torno da Península da Crimeia, e as tensões entre os países vêm crescendo.  

 

O presidente russo, Vladimir Putin, repetiu nesta quarta-feira que as forças russas cumpriram com o "seu dever" ao capturar à força três navios ucranianos na costa da Crimeia, enquanto Kiev denunciou a detenção "ilegal" de seus 24 marinheiros capturados.

O incidente de domingo no Mar Negro poderia colocar em perigo o encontro previsto entre os presidentes russo e americano à margem da cúpula do G20, que começará na próxima sexta-feira na Argentina. Donald Trump ameaçou cancelá-lo.

A lei marcial, que o Parlamento ucraniano votou na segunda-feira, entrou em vigor esta quarta-feira. As condições de sua aplicação ainda são vagas: foi introduzida por 30 dias em 10 regiões fronteiriças e litorâneas do país.

Com Kiev denunciando o que considera uma agressão de seu vizinho, Vladimir Putin insistiu que a Guarda Costeira russa simplesmente "cumpriu com seu dever militar perfeitamente".

"O que aconteceu? Eles (os ucranianos) não responderam às demandas dos nossos guardas de fronteiras. E entraram em nossas águas territoriais", afirmou o presidente russo, em declarações divulgadas pela televisão.

Putin qualificou o incidente como uma "provocação" organizada pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, a quem as pesquisas não sorriem a alguns meses da eleição presidencial.

Nesta quarta-feira, os últimos nove marinheiros capturados pela Rússia que deviam comparecer ante um tribunal foram declarados em detenção provisória, até 25 de janeiro, como aconteceu na véspera com outros 15 militares. Uma detenção "ilegal" e um ato de "barbárie", denunciou Kiev.

*Com Estadão Conteúdo

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