Caracas - O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, acusou, nesta terça-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, de ter mandado "terroristas" promoverem atos de violência na manifestação opositora desta quarta para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.
De acordo com Rodríguez, alguns dos 27 militares presos na segunda por se voltarem contra Maduro confessaram ter entregado parte das armas que roubaram a ativistas opositores "para que executem atos de violência, deixem feridos e mortos na manifestação".
O ministro se referiu a esses ativistas como "civis pertencentes à célula terrorista Vontade Popular", partido do líder opositor Leopoldo López e do presidente do Parlamento, Juan Guaidó.
O plano previa que pessoas trajando uniformes militares "eventualmente disparassem contra a manifestação opositora".
"Para quê? Para cumprir as ordens de Mike Pence", garantiu.
Pouco antes, Pence havia expressado seu apoio às manifestações opositoras que exigem um governo de transição e eleições.
O ministro detalhou que das 51 armas roubadas na véspera pelo grupo de militares 11 não foram recuperadas e seriam usadas para atentar contra a manifestação opositora.
Também lembrou de atos de violência ocorridos durante protestos no ano passado, pelos quais o governo responsabiliza alguns líderes opositores e que, segundo disse, pretendiam derrubar o governo.
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, também acusou Pence, afirmando que ele "agora pretende vir governar a Venezuela dando instruções do que se fazer amanhã na Venezuela, pedindo abertamente um golpe de Estado".
"'Yankee go home', não vamos a permitir que se intrometam nos assuntos da pátria", prosseguiu.