Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro deu 48 horas para embaixador deixar o país - Yuri CORTEZ / AFP
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro deu 48 horas para embaixador deixar o paísYuri CORTEZ / AFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira na sede do governo em Caracas que está disposto a dialogar com a oposição e a fechar acordos pela governabilidade, mas insistiu que é o líder legítimo e eleito do país e que não pretende deixar o posto. Além disso, realizou críticas aos Estados Unidos, mas garantiu que continuará vendendo petróleo aos americanos.

Maduro criticou Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional que se autointitulou na quarta-feira presidente interino do país. Para Maduro, Guaidó não é uma pessoa confiável e seria um agente do exterior, mas o presidente disse que pode se reunir com ele, "sem problemas", para negociar. Guaidó, por sua vez, voltou a dizer hoje que o presidente deve deixar o posto, porque seria um "usurpador" e deve ser substituído por uma administração provisória que convoque eleições.

"O golpe de Estado é uma opção insensata da direita venezuelana", afirmou Maduro. Ele insistiu na necessidade de se respeitar a Constituição e disse que, caso queiram contestá-lo, isso precisaria passar pelo Judiciário. "O que fizeram foi um golpe de Estado. Invocaram um artigo da Constituição para se autoproclamar [presidente]", afirmou.

Maduro afirmou que propôs um diálogo "respeitoso" com o presidente americano, Donald Trump, mas os EUA veriam isso como suposta fraqueza. Ele disse que houve ruptura de relações diplomáticas e políticas com o governo Trump, mas não em outras esferas. Com isso, afirmou que a Venezuela continuará a exportar normalmente aos EUA, inclusive petróleo. Maduro disse que ele pretende inclusive continuar a elevar a produção petrolífera, a fim de vender mais aos americanos. "Não sou contra os EUA, sou contra o imperialismo e anticolonialista", argumentou.

O presidente disse também que a Venezuela pretende importar mais trigo da Rússia, um dos países que continua a apoiar o regime, ao lado de China e Turquia.

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