Caracas- O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira que revisará "integralmente" as relações com os 12 países europeus que reconheceram o opositor Juan Guaidó como presidente interino, ao acusá-los de apoiar os "planos golpistas" dos Estados Unidos.
O governo "revisará integralmente as relações bilaterais com esses governos a partir deste momento, até que seja feita uma retificação que descarte seu respaldo aos planos golpistas", destacou um comunicado da Chancelaria.
A Venezuela expressou o "mais enérgico rechaço" à decisão de países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, os quais assinalou de se dobrarem "oficialmente à estratégia da administração americana de derrubar o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro".
Em um ato comemorativo dos 27 anos da fracassada tentativa de golpe do falecido líder Hugo Chávez, o chanceler Jorge Arreaza também acusou os 12 países europeus de se colocarem "alinhados com Trump".
Arreaza indicou que a "sequência de pronunciamentos", que incluiu Áustria, Suécia, Dinamarca, Portugal, Holanda, Lituânia, Letônia e Finlândia, não surpreendeu o governo de Maduro "porque essa jogada já estava cantada".
"É o roteiro dos gringos (Estados Unidos), e é o roteiro que a Europa segue hoje. Talvez reflitam. Deram passos em falso, mas não nos perturba, não nos distraem, porque nós sabemos quem está tomando as decisões", sustentou.
O ministro acrescentou que os "esforços do governo são para impedir que o imperialismo de Donald Trump" se converta em uma intervenção no país petroleiro.
Mais cedo, Maduro criticou o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, ao acusá-lo de ser um "fantoche" a serviço das intenções "guerreiristas" de Washington.
O anúncio dos países europeus foi feito ao expirar o prazo que haviam dado ao presidente venezuelano para que convocasse eleições, ou reconheceriam Guaidó.
Este apoio se soma ao de Estados Unidos, Canadá e de uma dúzia de países latino-americanos do Grupo de Lima que já reconhecem o também chefe do Parlamento de maioria opositora, que se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, depois que a Câmara declarou Maduro "usurpador".