A ONG analisou 100 principais notícias e comprovadamente falsas que circularam de forma viral no Facebook durante os últimos dez meses, até 31 de outubro. Essas histórias foram vistas mais de 158 milhões de vezes, em um país com 153 milhões de eleitores registrados.
"As eleições de 2020 estão em risco", disse o diretor de campanha da Avaaz, Fadi Quran.
"Estas descobertas só podem ser vistas como a ponta do iceberg da desinformação a caminho das eleições dos Estados Unidos em 2020", disse a Avaaz no informe, que incluiu somente notas que foram certificadas como falsas por organizações confiáveis dedicadas à verificação de dados.
A Avaaz, fundada em 2007 e que diz contar com mais de 50 milhões de membros em 194 países, chamou a uma análise mais profunda da desinformação que circula pelo Facebook, YouTube, Twitter, Instagram e WhatsApp, e pediu que as redes sociais implementem um processo para corrigir dados errôneos.
O sistema proposto inclui verificadores independentes que se encarregariam de garantir que os usuários que acessem informações falsas sejam devidamente notificados e que lhes seja oferecida uma versão corrigida dessa informação.
Segundo a Avaaz, democratas e liberais são duas vezes mais alvos das histórias falsas que republicanos e conservadores.
O Facebook, que investiu grandes quantias para impedir que sua plataforma seja utilizada para influenciar eleições depois de que foi revelado o papel que desempenhou nas eleições de 2016, disse que atualmente conta com 40 equipes focadas nas eleições para aumentar a transparência, reduzir a desinformação e eliminar conteúdo que viola as políticas da comunidade, como mensagens de ódio.
No entanto, a pesquisa da Avaaz revela que isto não foi suficiente. "Nossa investigação mostra que as medidas do Facebook falharam majoritariamente em reduzir a disseminação de desinformação viral na plataforma", disse Avaaz.
"Sem uma ação imediata e decisiva, acreditamos que as eleições dos Estados Unidos em 2020 serão, mais uma vez, severamente impactadas pela desinformação".