Ao longo da COP, o País já tinha recebido dois "fósseis do dia": um foi dado logo no início da conferência, pela criminalização dos brigadistas de Alter do Chão; e na quarta-feira, 11, pela Medida Provisória da regularização fundiária, que, estimam ambientalistas e cientistas, pode incentivar o aumento da grilagem e do desmatamento.
Nesta sexta, a crítica foi ao conjunto da obra. "O vencedor do fóssil colossal pode não ser uma surpresa para muitos. Sim, existe um país que realmente superou os outros ao destruir o clima concretamente no terreno e nas negociações, atacando e matando as pessoas que estão protegendo ecossistemas únicos: os indígenas", afirmaram as organizações.
De acordo com os ambientalistas, o governo Jair Bolsonaro "matou políticas ambientais que ajudaram o Brasil a obter reduções espetaculares de emissões na última década". Eles citam como exemplo disso as maiores taxas de desmatamento da Amazônia em uma década e o aumento nas invasões de terras.
Também criticaram a postura do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chefe da delegação brasileira, de pedir dinheiro dos países ricos e de criticar as metas brasileiras. "Jair Bolsonaro é uma bomba de carbono ambulante que, sem dúvida, merece essa grande conquista, o fóssil colossal", disseram.
Uma jovem indígena brasileira recebeu o prêmio em nome dos indígenas mortos neste ano.
O ministro Ricardo Salles foi procurado para comentar o assunto, mas não se manifestou até a publicação deste texto.