Maria Butina: influência no Partido Republicano, segundo investigadores - Reprodução/ Facebook
Maria Butina: influência no Partido Republicano, segundo investigadoresReprodução/ Facebook
Por AFP
Moscou - De volta à Rússia, depois de ser libertada nos Estados Unidos, onde cumpriu uma pena de prisão por tentar se infiltrar na mídia política, a "agente" Maria Butina obteve nesta terça-feira seu próprio programa na rede pró-Kremlin RT.

A rede, financiada em parte pelo Estado russo, anunciou em seu site que Maria Butina “se juntou à equipe de RT, tornando-se apresentadora de um programa que comenta notícias da atualidade russa".

Um vídeo de apresentação do programa a mostra no estúdio, vestindo uma camiseta preta com o logotipo da RT e com os dizeres “Foreign agent” (“agente estrangeiro”).

A jovem, presa por quase 18 meses nos EUA e que retornou a Moscou em outubro, já havia aparecido na rede pró-Kremlin em 11 de dezembro, comentando as manifestações da oposição no verão (europeu) passado na Rússia.

Butina, detida em julho de 2018, é a única cidadã russa que foi condenada por interferência na política interna americana, embora seu papel pareça ter sido limitado.

Ele havia estabelecido vínculos com a National Rifle Association (NRA), um grupo poderoso do lobby de armas de fogo nos Estados Unidos e muito próximo ao Partido Republicano. Para fazer isso, usou sua própria organização russa para a defesa do porte de armas.

Seus contatos com a NRA permitiram que se aproximasse de Donald Trump durante a campanha presidencial de 2016.

Butina foi acusada de “conspiração para “promover os interesses da Rússia”, mas sua sentença refere-se apenas à falta de registro como agente estrangeiro, uma exigência da legislação americana.

Butina foi acusada de atos conspiratórios como agente da Rússia "por desenvolver relações com pessoas americanas e se infiltrar em organizações com influência na política americana", afirma o comunicado.

O texto explica que Butina descumpriu a lei americana por não esclarecer que ela trabalhava para o governo russo.

O Departamento de Justiça disse que Butina tinha laços próximos com um "oficial russo" não identificado.