Trump - AFP
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Por AFP
Washington - Autoridades locais da costa oeste dos Estados Unidos, devastada por incêndios que deixaram pelo menos 30 mortos desde o início do verão, acusaram neste domingo Donald Trump de negar a mudança climático, um dia antes de uma visita do presidente à Califórnia para avaliar os danos.

Para as autoridades locais e muitos especialistas, a escalada dos incêndios florestais, que vão do Canadá até o México, está sem dúvida vinculada à mudança climática, que agrava a seca crônica e provoca condições climáticas extremas.

Na última semana as chamas provocaram mortes na Califórnia, no estado de Washington e no Oregon. Dezenas de pessoas estão desaparecidas.

Trump, que se reunirá na segunda-feira com autoridades dos serviços de emergência, atribuiu os incêndios à gestão das florestas nos estados controlados por rivais democratas.

"O tema é gestão florestal", disse o presidente republicano no sábado em um comício de campanha em Nevada, sem mencionar a mudança climático. "Recordem estas palavras: gestão florestal".

As palavras provocaram muitas críticas. "O governo esconde a cabeça no tema ambiental", acusou o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti.

"Não se trata de gestão florestal. Aqueles que vivem na Califórnia ficam insultados com essa afirmação", declarou ao canal CNN.

"É irritante ter um presidente que nega que não se trata apenas de incêndios florestais, e sim de incêndios climáticos", afirmou a ABC Jay Inslee, governador do estado de Washington.

O estado do noroeste dos Estados Unidos, onde uma pessoa morreu nos incêndios, vive uma situação "apocalíptica", segundo Inslee, com as chamas e milhares de pessoas que perderam suas casas.

No sábado, Joe Biden, o rival democrata de Trump na eleição presidencial de 3 de novembro, também atacou o chefe de Estado.

"O presidente Trump pode tentar negar a realidade, mas os fatos são inegáveis. Devemos agir absolutamente para evitar um futuro marcado por um dilúvio interminável de tragédias, como as que sofrem hoje as famílias americanas da costa oeste", afirmou em um comunicado.