Um sindicato policial, Alliance, denunciou imediatamente o ataque. "Já é tempo de o governo lidar com a violência cometida contra a polícia (...) Ninguém respeita as forças de ordem e o governo infelizmente não conseguiu inverter essa tendência", reagiu seu delegado geral, Frédéric Lagache.
"O que é preciso para que o governo se comprometa a proteger suas forças de segurança?!", questionou.
Essa delegacia já foi alvo de ataques desse tipo várias vezes, principalmente em abril durante o confinamento devido à pandemia do coronavírus ou em 2018.
Segundo o prefeito da cidade Laurent Jeanne (direita), contatado pela AFP, a origem dessas tensões, em um bairro de 10 mil habitantes atormentado pelo tráfico de drogas, não está clara: "Estamos em um bairro de reconquista republicana, isso incomoda? Possivelmente".
A tensão também pode ter como origem, segundo ele, um recente acidente de scooter no distrito em que "a responsabilidade foi imputada à polícia nacional sem provas".
Em abril, esta delegacia, a única neste município de mais de 77.000 habitantes, já tinha sido alvo, em menor escala, de disparos de morteiros de fogo de artifício mas "foram apenas jovens com dificuldades em viver o confinamento", segundo a autoridade eleita.
"Desta vez, foi algo completamente diferente: queriam atacar a integridade física de dois policiais", disse, expressando sua "consternação".
Este ataque ocorre alguns dias depois que dois policiais à paisana foram baleados na região de Paris.
Uma série de incidentes violentos contra policiais levantou recentemente a questão da insegurança no debate político francês, faltando 18 meses para a eleição presidencial.
De acordo com um estudo publicado em novembro de 2019 pelo Observatório Nacional de Delinquência e Respostas Criminais (ONDRP), a polícia nacional francesa identificou 12.853 policiais feridos em 2018, um aumento de quase 16% em relação a 2017.
Em 11% dos casos (ante 8% em 2017), os ferimentos foram feitos com arma (arma de fogo, lâmina ou veículo).