Presidente da República Popular da China, Xi Jinping e o presidente Jair Bolsonaro - Valter Campanato/Agência Brasil
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping e o presidente Jair BolsonaroValter Campanato/Agência Brasil
Por Ansa
São Paulo - Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, informaram através de seus porta-vozes que aguardarão os "resultados oficiais" das eleições norte-americanas para parabenizar o democrata Joe Biden por sua vitória na corrida à Casa Branca. Eles se unem a outros presidentes, como o brasileiro Jair Bolsonaro e o turco Recep Tayyip Erdogan, que ainda não reconheceram a eleição do democrata.
A eleição do ex-vice-presidente de Barack Obama foi confirmada no sábado após a conquista na Pensilvânia, o que garantiu a Biden mais de 270 dos delegados necessários para ser eleito no colégio eleitoral. No entanto, o derrotado Donald Trump informou que fará uma "guerra legal" para permanecer no cargo.

"Antecipando uma possível pergunta de vocês sobre as felicitações do presidente Putin ao presidente eleito dos Estados Unidos, quero dizer o seguinte: acreditamos ser correto aguardar os resultados oficiais das eleições", disse o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, nesta segunda-feira, em sua tradicional coletiva de imprensa diária segundo reportam as agências de notícias russas.

No entanto, o representante afirmou que o governo russo "espera que seja possível construir um diálogo com o próximo presidente dos Estados Unidos e concordar as modalidades para melhorar as relações bilaterais". "Sobretudo porque uma importante parte das relações bilaterais, como segurança e a estabilidade estratégica, não afeta apenas as nossas duas nações, mas todas as nações do mundo de fato", pontuou ainda.

Em 2016, quando Donald Trump venceu Hillary Clinton na disputa à Presidência, o Kremlin parabenizou o republicano quase que imediatamente, mesmo que o resultado ainda não tivesse sido certificado pelas autoridades estaduais.

"A diferença para agora é bastante óbvia. Devem ser enfrentados alguns procedimentos legais que foram anunciados pelo presidente no cargo. E é essa a diferença para aquela situação. Por isso, cremos que seja correto esperar o resultado oficial", acrescentou Peskov.

A mesma linha foi adotada pelo governo da China nesta segunda-feira. Um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, afirmou que Pequim acompanhou que "Joe Biden declarou sua vitória eleitoral", mas que "o nosso entendimento é que o resultado das eleições será determinado em conformidade com as leis e os procedimentos estadunidenses".

A afirmação foi dada aos jornalistas chineses que haviam questionado a razão pela qual a China ainda não tinha enviado sua mensagem de felicitação, sendo um dos poucos países do mundo a não fazer isso.

Assim como os russos, porém, Wang afirmou que o país espera uma melhor relação com o novo presidente. Isso porque Trump acelerou práticas de aplicação de sanções políticas, econômicas e diplomáticas ao longo dos 10 meses de 2020, deteriorando ainda mais as relações entre as duas nações.

"Nós sempre apoiamos que a China e os Estados Unidos devem reforçar a comunicação e o diálogo, gerir as diferenças no respeito recíproco, expandir a cooperação sobre a base da vantagem recíproca e promover o desenvolvimento são e estável das relações sino-americana", disse Wang ao ser questionado sobre o que esperava de uma nova administração norte-americana.

Poucos são os países no mundo que não reconheceram a vitória de Biden, entre eles, Brasil, México e Turquia.

Pela lei norte-americana, todas as disputas legais sobre os resultados devem ser finalizadas nos estados ou na Suprema Corte até seis dias antes da reunião do colégio eleitoral. Neste ano, essa data será 8 de dezembro, já que os delegados se reúnem e votam em 14 de dezembro.