"Demos um passo significativo para dar ao mundo um avanço muito necessário a fim de ajudar a acabar com esta crise sanitária mundial", declarou o presidente da Pfizer, Albert Bourla. Baseando-se em projeções, Pfizer e BioNTech indicaram que preveem a distribuição de 50 milhões de doses ao mundo em 2020 e até 1,3 bilhão em 2021.
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O anúncio impulsionou os mercados e deu esperança a uma população mundial cansada de confinamentos, restrições e toques de recolher, que mergulharam o planeta em uma crise econômica e social profunda.
Repercussão
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O especialista americano Anthony Fauci classificou os resultados de "extraordinários", e o diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, comemorou a notícia, que chamou de "animadora".
Outros apontaram, no entanto, que Pfizer e BioNTech não informaram a idade dos participantes dos testes. "Se uma vacina irá reduzir os casos graves e as mortes, além de permitir que a população em geral retome a vida normal, terá que ser eficaz entre os idosos de nossa sociedade", advertiu Eleanor Riley, da Universidade de Edimburgo.
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Nos Estados Unidos, que superaram hoje 10 milhões de casos da doença, o presidente eleito, Joe Biden, felicitou "os brilhantes homens e mulheres que ajudaram a produzir esse avanço", mas advertiu que o fim "da batalha contra a Covid-19 ainda está a meses de distância". Ele anunciou a criação de um grupo de trabalho para lutar contra a pandemia, que já matou 238 mil pessoas em seu país.
"O MERCADO FINANCEIRO SOBE MUITO, VACINA EM BREVE. INFORME 90% EFETIVO. QUE GRANDE NOTÍCIA!", tuitou o atual presidente, Donald Trump.
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O anúncio da vacina provocou euforia nas bolsas mundiais. O Dow Jones fechou em alta de 2,95% e, na Europa, Paris subiu 7,57% e Londres, 4,67%.
Descontrole
A União Europeia anunciou hoje que poderá assinar em breve um contrato com os dois laboratórios para adquirir 300 milhões de doses da vacina. Naquela região, atingida pela segunda onda da doença, a nova vacina poderá estar disponível de forma generalizada "no começo de 2021", segundo uma fonte europeia.
A perspectiva de uma vacina foi uma das poucas notícias boas das últimas semanas para o Velho Continente. Na Itália, a pandemia está "fora de controle", motivo pelo qual é necessário um "confinamento nacional" para evitar o contágio, declarou o especialista Massimo Galli, chefe do departamento de doenças infecciosas do Hospital Sacco, em Milão.
Mas toda a Europa está em crise por causa do novo coronavírus, com novas medidas de confinamento e toques de recolher em vários países, que geram resistência entre a população.
Na França, que registra mais de 40 mil casos diários, o Banco Central revisou para baixo suas previsões econômicas devido à pandemia. "Antes da segunda onda, achávamos que a recessão ficaria um pouco abaixo de 9%. Agora, acreditamos que, para o conjunto de 2020, ficará entre 9% e 10%, declarou o presidente do BC, François de Galhau.
A Covid-19 não afeta apenas a saúde e a economia. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pediu hoje a reabertura imediata das escolas na América Latina e no Caribe, onde o coronavírus já infectou cerca de 13 milhões de pessoas e causou 412.000 mortes.
A pandemia ameaça causar uma "catástrofe geracional" ao afetar a educação de milhões de crianças na região mais desigual do mundo, assinala a organização em um estudo.