Vizcarra foi afastado por "incapacidade moral permanente" após o legisladores o acusaram de receber mais de US$ 630 mil em subornos para obras de infraestrutura licitadas quando foi governador regional entre 2011 e 2014.
Na segunda, o Congresso aprovou a destituição do presidente Martín Vizcarra ao final de um segundo julgamento político em menos de dois meses, após denúncias de que havia recebido propina quando era governador, em 2014. A moção para destituir o popular presidente peruano ultrapassou os 87 votos necessários no Congresso e alcançou 105 votos a favor, 19 contra e 4 abstenções (entre 130 deputados).
Em setembro, o governo de Vizcarra acusou Merino de tentar envolver as Forças Armadas no impeachment, após ele ter contatado comandantes militares. Merino negou. Nos últimos meses, o Congresso tem aprovado leis para revitalizar a economia, em queda por causa da pandemia de coronavírus.
Em uma espécie de "remake" do julgamento de setembro em que escapou, Vizcarra teve um destino similar ao do seu antecessor, Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), que não pôde completar seu mandato, tendo sido forçado a renunciar por pressão do Parlamento.
As acusações não reduziram a popularidade do ex-presidente sem partido e sem bancada legislativa, que assumiu o poder após a renúncia de Kuczynski, de quem era vice-presidente, em 23 de março de 2018. Como no julgamento anterior, não há questões ideológicas em discussão, pois o ex-presidente e a maioria dos deputados são de centro-direita.
Tampouco está em discussão a gestão dos grandes problemas do Peru, como a recessão econômica e a pandemia do coronavírus. Muitos dos deputados que votaram pela destituição de Vizcarra também enfrentam denúncias por corrupção.
Vizcarra alega que os parlamentares rivais quiseram seu afastamento para adiar as eleições de abril de 2021 e, deste modo, prolongar seu mandato no Congresso. As pesquisas mostram que 75% dos peruanos querem a continuidade do governo, enquanto o Congresso enfrenta 59% de desaprovação. (Com agências internacionais).