Em outubro, a Organização Mundial da Saúde alertou que a pandemia teve um "impacto devastador" na saúde mental em escala mundial - Reprodução/ Pixabay
Em outubro, a Organização Mundial da Saúde alertou que a pandemia teve um "impacto devastador" na saúde mental em escala mundialReprodução/ Pixabay
Por AFP
Copenhaga - O aumento dos casos de covid-19 tem um efeito exponencial no aumento dos casos de ansiedade, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (10) pelo Instituto de Pesquisa sobre a Felicidade dinamarquês.

"Com o aumento dos casos de coronavírus, as pessoas entrevistadas sentiram mais ansiedade, estavam mais incomodadas e menos orgulhosas, felizes ou relaxadas. O impacto na ansiedade foi mais pronunciado", de acordo com este estudo, intitulado "O bem-estar na era da covid-19".

Entre abril e julho, uma equipe de pesquisadores entrevistou 3.211 pessoas, a maioria do Reino Unido e Estados Unidos, e depois compararam suas respostas com as estatísticas de casos de coronavírus.

A cada 100 novos casos declarados por milhão de habitantes, 7.200 pessoas apresentam sinais de ansiedade, segundo as conclusões dos estudos.

A solidão vinculada ao confinamento e às medidas de distanciamento social tiveram efeitos mais dramáticos no bem-estar durante os primeiros meses da pandemia.

Essas consequências parecem afetar mais os jovens, já que 32% das pessoas entre 18 e 24 anos declararam sentir-se muito sozinhas, enquanto apenas 16% dos maiores de 64 anos notificaram esse sentimento.

A preocupação mais recorrente dos entrevistados continua sendo a crise econômica relacionada à situação sanitária, citada por 62% deles. O medo de perder um familiar por causa do vírus é menos frequente (43%).

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde alertou que a pandemia teve um "impacto devastador" na saúde mental em escala mundial.

O estudo dinamarquês também indica que o consumo midiático desempenha um papel importante no bem-estar das pessoas.

"As pessoas entrevistadas que se informam sobre a covid-19 através de portais online e páginas da web são mais suscetíveis a se preocuparem do que as que recorrem a outras plataformas midiáticas", como os jornais tradicionais, apontaram os especialistas.