São três ‘variantes da preocupação’ atualmente detectadas pelo protocolo da Fiocruz
São três ‘variantes da preocupação’ atualmente detectadas pelo protocolo da FiocruzReprodução
Por O Dia
Reino Unido - Um estudo britânico aponta que um descontrole na resposta imune à covid-19 (SARS-CoV-2) pode provocar inflamação exagerada nos tecidos de órgãos afetados, agravando a doença e podendo levar à morte. Segundo o estudo, a hiperatividade do sistema imunológico pode ser uma das causas da alta mortalidade do novo coronavírus com relação a outras doenças do aparelho respiratório. 
O novo SARS-CoV-2, como outros vírus respiratórios, como os da Influenza A (gripe comum) ou mesmo outros coronavírus (MERS-CoV e a SARS-CoV) causa um tipo particular de tempestade de citocinas, moléculas usadas pelo corpo para indicar às células de defesa onde a infecção está localizada e começar o processo de extinção do vírus. Essas moléculas são divididas em duas classes, as pró-inflamatórias e as anti-inflamatórias.
Em infecções pelos vírus da gripe comum, da MERS e da SARS, o corpo libera essas duas classes de citocinas de maneira equilibrada, fazendo com que as citocinas pró-inflamatórias sejam enviadas para combater o vírus invasor e, depois, as anti-inflamatórias avisem o sistema imunológico que é preciso relaxar as defesas para não agredir os órgãos.
A descoberta dos pesquisadores mostra que em casos graves de covid-19, a resposta imune é diferente. Os níveis das citocinas anti-inflamatórias IL-2, IL-10, IL-4 ou IL-5 não sobem como deveriam, o que causa uma desregulação do IFN tipo 1, que é o processo de recrutamento dos leucócitos, que combatem o vírus invasor. A falta de um freio eficiente acaba fazendo com que essas células agridam o corpo.
Assim sendo, em casos graves, as células pró-inflamatórias são convocadas, mas como o mecanismo anti-inflamatório está desregulado, o corpo não entende a hora que precisa encerrar o combate. O sistema imunológico acaba estabelecendo um ciclo exagerado da inflamação e agredindo os órgãos. Essa hiperindução de citocinas pró-inflamatórias causa quadros de inflamação grave do aparelho respiratório.
“O estudo poderia ajudar os especialistas a identificar intervenções que aliviam a síndrome de liberação de citocinas e diferentes doenças, e avaliar se poderiam utilizá-las nos casos de COVID-19”, disseram os estudiosos.
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