Presidente da Rússia, Vladimir PutinAFP
Putin se opõe à vacinação obrigatória contra covid-19
Mas o presidente da Rússia pediu aos cidadãos que 'escutem os especialistas' e se vacinem
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quarta-feira (30) aos cidadãos que "escutem os especialistas" e se vacinem, mas se declarou contrário à imunização obrigatória a nível nacional, apesar de o país ter registrado um recorde de mortes por covid-19 pelo segundo dia consecutivo.
"Não apoio a vacinação obrigatória", afirmou em uma sessão anual na televisão em que responde as perguntas dos cidadãos, aos quais pediu que se vacinem de maneira voluntária.
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A Rússia sofre um pico de infecções devido à variante Delta, altamente infecciosa, e registrou 669 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, número que supera o registrado no dia anterior (652), segundo dados do governo.
Putin avaliou que, para evitar um confinamento estrito face a este aumento de casos, "algumas regiões estão introduzindo" a vacinação obrigatória "para certas categorias" e convidou os cidadãos a deixarem de lado a sua relutância.
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"Sempre houve pessoas que, de maneira geral, consideram que não devemos aplicar vacinas, e são muitas (...) não apenas em nosso país, mas também no exterior", disse.
"Mas não se deve escutar as pessoas que não entendem nada sobre estes assuntos, que se baseiam em rumores, e sim os especialistas", completou.
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Nas redes sociais russas, anedotas surreais e sem verificação sobre as vacinas se multiplicam. A rejeição ultrapassa 50%, segundo pesquisas.
Para motivar os russos, Putin foi além e contou pela primeira vez que ele e sua filha haviam sido vacinados com a Sputnik V.
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Em março, o presidente disse que já havia sido vacinado, mas não divulgou fotos, o que gerou especulações sobre o imunizante escolhido pelo líder.
O chefe de Estado também se gabou das virtudes das vacinas russas, chamando-as de eficazes e seguras.
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"Tudo está correndo bem e não há situações trágicas da AstraZeneca ou da Pfizer", disse Putin, referindo-se aos raros efeitos colaterais dessas vacinas, que foram aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), enquanto a Sputnik V ainda está sendo analisada.
As cidades russas mais afetadas são a capital, Moscou, e São Petersburgo, segunda maior localidade do país e sede de partidas da Eurocopa, que registraram 117 e 111 vítimas fatais em um dia, respectivamente.
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No total, o país registrou 21.042 novas infecções nas últimas 24 horas e soma 5,5 milhões de casos desde o início da pandemia de coronavírus.
O número de mortes registradas oficialmente é de 135.214, mas a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla dos óbitos relacionados com a covid-19, havia contabilizado 270.000 vítimas fatais até o fim de abril.
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A Rússia é o país europeu com o maior número de mortes por covid-19, enquanto a campanha de vacinação iniciada em dezembro prossegue de maneira muito lenta, consequência da desconfiança da população.
Moscou voltou a adotar medidas de restrição, como o retorno ao teletrabalho para parte da população, a vacinação obrigatória para os trabalhadores do setor de serviços e um certificado sanitário para autorizar a entrada em restaurantes.
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No momento, porém, as autoridades não cogitam um confinamento geral como o imposto no ano passado na cidade de 12 milhões de habitantes.
O governo admitiu na segunda-feira que a meta de vacinar 60% da população até o outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) é inalcançável.
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