Papa FranciscoAFP
O pontífice argentino foi internado na Policlínica A. Gemelli, na capital italiana, devido a uma "cirurgia programada para estenose diverticular sintomática de cólon", segundo um comunicado.
"O Santo Pai reagiu bem à intervenção, que foi realizada sob anestesia geral", informou um comunicado do Vaticano publicado pouco antes da meia-noite do horário local (19h00 de Brasília).
Trata-se de uma inflamação potencialmente dolorosa dos divertículos, hérnias ou bolsas que se formam nas paredes do sistema digestivo e cuja frequência aumenta com a idade.
Uma das possíveis complicações dessa condição é a estenose, que é um estreitamento do intestino.
O presidente italiano, Sergio Mattarella, que se encontra na França em visita oficial, enviou uma mensagem de apoio ao papa, na qual transmitiu "as lembranças afetuosas de todos os italianos".
Muitos meios de comunicação estavam esta tarde perto do hospital, cujos acessos eram vigiados pela polícia, de acordo com um jornalista da AFPTV no local.
'Não tenho medo da morte'
Neste domingo ao meio-dia, ele celebrou a tradicional oração dominical de Regina Coeli na janela da residência Santa Marta para os fiéis reunidos sob um sol forte na Praça de São Pedro.
Ele parecia em boa forma e animado para anunciar uma visita oficial à Eslováquia de 12 a 15 de setembro, sua segunda viagem ao exterior em 2021, depois do Iraque, em março.
"Não tenho medo da morte", confidenciou ele em um livro de entrevistas realizado em 2019 com um jornalista argentino.
Após a operação no pulmão, "nunca me senti limitado nas minhas atividades (...). Nunca senti cansaço ou falta de ar", assegurou.
Nos últimos anos, porém, ele teve que cancelar alguns compromissões e às vezes caminha com dificuldade.
Desde o início da pandemia de coronavírus, que atingiu fortemente a Itália em fevereiro de 2020, ele pareceu pouco preocupado com sua própria saúde, muitas vezes viajando sem máscara, embora tenha tido que renunciar aos habituais encontros com fiéis durante as audiências de quarta-feira.
Além de um resfriado que o obrigou a cancelar compromissos logo no início da pandemia, sua saúde não suscitou nenhuma preocupação especial.
Francisco foi eleito em 2013 para suceder Bento XVI, que havia renunciado em fevereiro do mesmo ano, após oito anos de pontificado.
Primeiro papa a renunciar em quase 600 anos, o alemão citou motivos de saúde.
Agora com 93 anos, ele vive recluso em um mosteiro da Cidade do Vaticano. Ele tem parecido cada vez mais frágil nos últimos meses, movendo-se em uma cadeira de rodas e falando com dificuldade.
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