Incêndio de fábrica em Bangladesh já deixou mais de 50 mortosAFP
Seus corpos foram colocados em ambulâncias para serem levados ao necrotério em meio aos gritos e lágrimas das pessoas que se aglomeravam ao redor da fábrica.
A polícia teve de dispersar centenas de pessoas que bloqueavam as ruas próximas e entraram em confronto com os agentes.
Os incêndios são frequentes em fábricas e prédios residenciais de Bangladesh, devido ao descumprimento das normas de segurança.
Em fevereiro de 2019, pelo menos 70 pessoas morreram em um grande incêndio em um prédio residencial em Daca, onde produtos químicos haviam sido armazenados ilegalmente.
E, em abril de 2013, a oficina de confecção Rana Plaza desabou como um castelo de cartas, e 1.138 trabalhadores morreram.
Refugiados no telhado
Os bombeiros também conseguiram resgatar 25 pessoas que se refugiaram no telhado do prédio.
Os serviços de emergência ainda se concentram em apagar as chamas nos dois últimos andares da fábrica, que produzia massas, sucos de fruta e doces.
"Quando o fogo for contido, começaremos a busca por sobreviventes dentro do prédio", disse o porta-voz dos bombeiros, Debashish Bardhan.
O chefe do Corpo de Bombeiros de Daca, Dinu Moni Sharma, disse que o fogo se expandiu, devido ao acúmulo de produtos químicos inflamáveis e de plásticos armazenados no interior da fábrica.
Mohammad Saiful, um dos trabalhadores sobreviventes, confirmou que havia dezenas de trabalhadores na fábrica.
"No terceiro andar, as portas que davam acesso à escada estavam fechadas. Há colegas que dizem que havia 48 pessoas lá dentro, não sei o que aconteceu com elas", lamentou.
Mamun, outro funcionário, contou que ele e outras 13 pessoas correram para o telhado quando o incêndio começou no andar térreo do prédio e a fumaça preta começou a se espalhar por todo interior.
"Os bombeiros desceram a gente com uma corda", relatou aos repórteres.
Do lado de fora, os familiares tentam se preparar para o pior.
"Viemos aqui porque minha sobrinha não atende nossas ligações. E agora o telefone dela nem dá sinal. Estamos preocupados", afirmou Nazrul Islam.
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