As vacinas cubanas, que se baseiam em uma proteína recombinante, segundo cientistas, podem ser armazenadas entre 2°C e 8°C, o que dá uma vantagem para as condições da América Latina.AFP

Por AFP
Havana - O Centro para Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (CECMED) de Cuba autorizou, nesta sexta-feira (9), o uso de emergência da vacina Abdala contra a covid-19.
A agência reguladora decidiu "outorgar a Autorização de Uso de Emergências (AUE) à vacina cubana ABDALA (...) uma vez confirmado que cumpre os requisitos e os parâmetros exigidos em relação à qualidade, segurança e eficácia para este tipo de trâmite", informou o CECMED em um comunicado publicado em sua conta no Twitter.
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A licença foi emitida "após a conclusão de um rigoroso processo de avaliação do processo e da realização de inspeções nas fábricas envolvidas", disseram os Laboratórios Aica, onde é produzida a vacina.
Segundo o CECMED, a vacina também demonstrou um "perfil de segurança adequado, validado pelo número de doses aplicadas nos ensaios clínicos realizados, no estudo de intervenção em populações de risco e na intervenção sanitária realizada no nosso país".
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Elaborada pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB, na sigla em espanhol), Abdala tem eficácia de 92,28%.
Cuba, que acumulava 218.376 casos de covid-19 e 1.431 mortes até quinta-feira, trabalha há 14 meses em cinco candidatas a vacina, incluindo Soberana 2 e Abdala.
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Na quinta-feira, o diretor do Instituto Finlay de Vacinas, Vicente Vérez, declarou à TV de Cuba que a Soberana 2 alcançou uma eficácia de 91,2% com a aplicação das três doses previstas.
Em 8 de julho, o próprio Vélez havia informado que Soberana 2 tinha uma eficácia de 62% com a aplicação de duas de suas três doses, resultado intermediário que já ultrapassava os 50% exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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O especialista destacou que a eficácia de 91,2% anunciada na quinta-feira é alcançada com um esquema de vacinação que fornece duas doses de Soberana 2 e uma de Soberana Plus, uma variante da primeira desenvolvida para convalescentes de covid-19.
Cuba começou a vacinar sua população em maio, no âmbito de uma intervenção de saúde pública reservada às áreas mais afetadas, especialmente Havana.
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Mas, se o número de contágios caiu na capital, um aumento alarmante tem sido registrado no restante do país de 11,2 milhões de habitantes, especialmente com a chegada de novas variantes.
A aprovação de uma primeira vacina cubana também é bem-vinda na região, que enfrenta um aumento de casos e a escassez de imunizantes.
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A vantagem das vacinas cubanas, que se baseiam em uma proteína recombinante, é que "podem ser armazenadas entre 2°C e 8°C e isso dá uma vantagem para as condições da América Latina, que infelizmente não possui altas condições de refrigeração" necessárias para outros imunizantes, comentou recentemente à AFP Amilcar Pérez-Riverol, pesquisador cubano da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), ligado à Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Ele disse esperar para breve "o máximo de dados possível" publicados para corroborar os números de eficácia anunciados.
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Antes mesmo de sua aprovação, estas vacinas já despertam interesse internacional: Cuba afirma já estar em contato com "mais de 30 países".
Os mais interessados parecem ser os aliados políticos. O Irã acaba de aprovar o uso emergencial da Soberana 2, após testá-la em seu território.