Roma - Um preso italiano atirou, no domingo, 19, em outros detentos no presídio de Frosinone, perto de Roma, com uma pistola que teria sido enviada por um drone - disseram fontes sindicais nesta segunda-feira, 20.
Ligado à Camorra, a máfia napolitana, o detento, de 28, deu três tiros nos presos, com os quais teve uma discussão há alguns dias. Ninguém ficou ferido.
"Ameaçou um guarda, pedindo a ele as chaves da cela" dos detidos que pretendia atacar, relatou o secretário-geral do sindicato carcerário autônomo Sappe, Donato Capece.
"O guarda teve que entregar as chaves, mas o detido não conseguiu abrir a porta", acrescentou.
Atirou duas vezes no ferrolho e, depois, contra outra cela.
A conselho de seu advogado, contactado com um celular inserido ilegalmente no presídio, entregou a arma e o telefone, do qual retirou o cartão interno e o engoliu, acrescentou Capece.
"Acreditamos que a arma tenha chegado com um drone, mas não temos confirmação", disse o sindicalista.
A ministra da Justiça, Marta Cartabia, ordenou uma inspeção no presídio. Nos últimos meses, os guardas têm sido alvo de ataques por parte dos detentos.
Entre os países da União Europeia (UE), a Itália é um dos que registram mais superlotação carcerária, com cerca de 120 presos para cada 100 lugares, contra 115 na França, 97,3 na Suécia e 70,8 na Espanha, de acordo com o relatório do Conselho da Europa de 2020.
Em junho, outro escândalo envolveu a administração penitenciária, depois que um jornal publicou imagens de guardas agredindo detentos com cassetetes e socos em abril de 2020. Os agentes carcerários tentavam, segundo eles, conter um movimento de protesto pelas medidas contra a pandemia do coronavírus.