Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenAFP

Emmanuel Macron e Joe Biden se comprometeram, nesta quarta-feira (22), durante uma conversa por telefone, restaurar a confiança entre a França e os Estados Unidos após a crise dos submarinos australianos, que poderia ter sido evitada com "consultas abertas" prévias, de acordo com um comunicado conjunto do Eliseu e da Câmara Branca.
"Consultas abertas entre aliados sobre questões de interesse estratégico para a França e os parceiros europeus poderiam ter evitado esta situação. O presidente Biden expressou seu compromisso permanente com esta questão", diz o comunicado.
Por isso, os chefes de Estado americano e francês, que se encontrarão "na Europa no final de outubro, decidiram lançar um processo de consulta aprofundada com o objetivo de estabelecer as condições para garantir a confiança e propor medidas concretas para a concretização dos objetivos comuns".
Nesse contexto de apaziguamento, o embaixador da França nos Estados Unidos, Philippe Etienne, retornará a Washington "na próxima semana", decidiu Emmanuel Macron.
Paris havia anunciado na sexta-feira a retirada dos embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália, uma decisão inédita com dois aliados históricos, após o cancelamento de um mega-contrato de submarinos franceses a serem adquiridos pela Austrália.
Na conversa com Macron, Biden também destacou que é "necessário que a defesa europeia seja mais forte e mais eficiente" para contribuir para a segurança transatlântica e para cumprir "o papel da Otan".
Os Estados Unidos "reiteram que o compromisso da França e da União Europeia na região Indo-Pacífico é de importância estratégica", aponta o comunicado, publicado seis dias após a mais grave crise diplomática entre os Estados Unidos e a França desde o voto negativo da França à guerra do Iraque em 2003.