Vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção em 19 de setembro no sul de La PalmaAFP
"Uma das línguas [de lava] está parada", disse aos jornalistas María José Blanco, diretora do Instituto Geográfico Nacional (IGN), em coletiva após a reunião do Comitê Diretor do Pevolca (Plano de Emergências Vulcânicas das Ilhas Canárias).
O outro fluxo, por sua vez, "continua avançando, mas muito mais lento que anteriormente", a cerca de quatro metros por hora, acrescentou a responsável do IGN após o quinto dia de erupção.
Blanco, contudo, esclareceu que isso não significa que o vulcão tenha perdido força: "o centro de emissão segue ativo, com uma coluna [de cinza e gases] que atinge 4500 metros de altura".
O fluxo ativo tem 12 metros em seu ponto mais alto e 500 de largura, detalhou Blanco, dimensões estas que explicam a lentidão do deslocamento.
Segundo os dados desta quinta-feira do sistema de medição geoespacial Copernicus, a lava destruiu 350 edificações e cobriu 166,2 hectares em La Palma, uma ilha que tem o cultivo de bananas como principal atividade econômica.
Os dados indicam um incremento de 30 edificações e 12 hectares destruídos em relação à quarta-feira.
Além disso, a erupção do Cumbre Vieja provocou a evacuação de 6.100 pessoas, entre elas 400 turistas, mas sem que houvesse qualquer registro de mortos ou feridos.
Por enquanto, ainda sem chegar ao mar
Além disso, a especialista acrescentou que as características do terreno têm papel fundamental no avanço destrutivo: ele não depende apenas "da emissão, da temperatura e da fluidez da lava, mas também da topografia".
"Possivelmente, a topografia tem domínio sobre a evolução do deslocamento de lava", concluiu a especialista.
Ademais, Blanco confirmou que não se espera, neste momento, que os fluxos de lava atinjam o mar, como se temia devido às reações que isso provoca.
"Com as velocidades que [os fluxos] têm agora mesmo, e as taxas de emissão que estamos vendo pelo centro emissor, hoje eles não vão chegar ao mar, e nem amanhã", garantiu.
A chegada da lava ao mar gera temores especialmente porque pode provocar explosões, ondas de água fervente e, inclusive, nuvens tóxicas, segundo informações da página web do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
Felipe VI garante ajuda
O monarca se encontrou com pessoas que tiveram que deixar suas casas e prometeu que "não faltará ajuda".
"Aqui estão todas as administrações representadas e esse compromisso é muito claro, elas vão fazer tudo o que está em suas mãos", disse Felipe VI aos jornalistas.
"São dias e noites de tristeza imensa e de angústia para tantas famílias, como pudemos ver agora na visita", acrescentou.
"Custará muito voltar à normalidade. Muito, isso ninguém pode negar, mas toda [a ilha de] La Palma saíra disso", garantiu.
"Todas essas famílias, apesar do desastre, terão um futuro porque todos vamos ajudá-las a recuperar suas vidas".
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