Angela MerkelAFP
"Para que a Alemanha permaneça estável, Armin Laschet deve se tornar o chanceler federal", disse Merkel durante um comício em Munique antes das eleições de domingo, que pressagiam um duelo muito acirrado entre o social-democrata e seu adversário da de direita.
"A questão de quem governa na Alemanha não é trivial", acrescentou a chanceler, que deixará o cenário político após 16 anos à frente da primeira economia europeia.
Depois de permanecer à margem da campanha, no último mês Angela Merkel não poupou esforços para expressar apoio a Laschet, um político impopular que cometeu várias gafes.
Merkel estará com ele neste sábado, 25, no encerramento da campanha no reduto de Laschet na cidade de Aachen, perto da fronteira com a Bélgica.
Nesta sexta-feira, Merkel também se pronunciou contra o candidato do SPD, alertando para o cenário de vitória do social-democrata Olaf Scholz, que lidera as pesquisas.
“Dá para imaginar um governo vermelho-vermelho-verde?”, disse aos representantes da CDU e da CSU, reunidos na maior cidade da Baviera (sul) para este último encontro de campanha.
"Renovação"
“Precisamos de uma renovação para a Alemanha. Precisamos de uma mudança de governo e queremos um governo liderado pelo SPD”, afirmou o social-democrata, ministro das finanças e vice-chanceler do governo cessante, que encerrará sua campanha em Potsdam, onde aspira a ganhar um assento de deputado.
A candidata ecologista, Annalena Baerbock, participou nesta sexta-feira na manifestação pelo clima organizada em Colônia (oeste) e fará o último comício em Düsseldorf.
As pesquisas apontam uma disputa acirrada entre os social-democratas, com 25% das intenções de voto, e os conservadores (CDU/CSU), que subiram para 23% na pesquisa mais recente do instituto Civey, divulgada na quinta-feira.
Com uma campanha considerada decepcionante, o Partido Verde aparece na pesquisa com 15% das intenções de voto, à frente do Partido Liberal (12%).
Em seus programas eleitorais, os três candidatos destacam a questão climática como uma das grandes prioridades para os próximos quatro anos e se comprometem a lutar para limitar o aquecimento global a +1,5 C.
Mas os meios para alcançar os objetivo variam entre as formações. Enquanto a esquerda aposta em uma intervenção do Estado, a direita prefere uma ação mais importante do setor privado.
Em reação às demandas dos ambientalistas, Laschet destacou que a Alemanha "deve continuar tendo uma forte indústria automotiva, uma indústria do aço e uma indústria química em 20 anos".
"O clima não se beneficiará se as companhias se relocalizarem, pois vão produzir em outros locais em condições ambientais piores", acrescentou.
'O voto por si só não basta'
“Os partidos políticos não estão fazendo o suficiente” para combater a mudança climática, afirmou Thunberg em um discurso diante de milhares de pessoas reunidas em frente ao Reichstag em Berlim, sede do Parlamento alemão.
"Sim, devemos votar e vocês devem votar. Mas não se esqueçam que apenas o voto não será suficiente. Devemos continuar saindo às ruas para exigir que nossos governantes tomem medidas concretas a favor do clima", declarou.
"Esta é a votação do século, no que diz respeito ao futuro do planeta", declarou Luisa Neubauer, diretora na Alemanha do movimento 'Fridays for Future' ("Sextas-Feiras para o Futuro"), em uma entrevista à AFP.
Iniciado em 2018, o Sextas-Feiras para o Futuro virou uma plataforma da jovem "geração climática". Nesta jornada, o movimento celebra sua oitava "greve" em mais de 70 países, com mobilizações em 470 cidades da Alemanha.
O Acordo de Paris de 2015 sobre o clima pediu para limitar o aquecimento global abaixo de 2°C, idealmente em 1,5°C.
No entanto, em um relatório recente, a ONU concluiu que reduzir o aquecimento global para 1,5°C será impossível sem uma redução massiva e imediata das emissões de gases de efeito estufa.
E enquanto isso, "o mundo está em um caminho catastrófico para 2,7°C", advertiu recentemente o secretário-geral da ONU, António Guterres.
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