O embaixador Ghulam Isaczai falaria no último dia de debates da Assembleia GeralPixbay
Afeganistão se retira de última hora da lista de oradores da Assembleia Geral da ONU
Os talibãs, que tomaram o poder no país desde meados de agosto, haviam solicitado à ONU que o novo ministro das Relações Exteriores nomeado por eles pudesse falar na tribuna
O embaixador do Afeganistão na ONU, Ghulam Isaczai, solicitou a retirada de seu país da lista de oradores previstos para esta segunda-feira (27), no último dia de debates da Assembleia Geral das Nações Unidas - informou a organização.
"Este país retirou sua participação do debate geral", disse à AFP a porta-voz do presidente da Assembleia Geral, Monica Grayley, acrescentando que "nenhum motivo foi fornecido".
Membro do Executivo do presidente deposto Ashraf Ghani, o embaixador Ghulam Isaczai falaria no fim do dia, de acordo com o programa distribuído na noite passada.
"Só pode ser a missão (na ONU) que retirou seu nome", disse à AFP um responsável da ONU, que pediu anonimato.
A missão afegã na ONU não respondeu as perguntas da AFP até o momento.
No poder no Afeganistão desde meados de agosto passado, os talibãs solicitaram à ONU, há uma semana, que o novo ministro das Relações Exteriores nomeado por eles pudesse falar na tribuna da Assembleia Geral. Sua solicitação chegou, porém, tarde para ser considerada, disse outro responsável da ONU, que também pediu anonimato.
No caso de Mianmar, que apresentou duas solicitações - uma pela junta militar no poder, e outra, pelo embaixador designado pela deposta Aung San Suu Kyi, que ainda ocupa seu cargo -, Estados Unidos, Rússia e China chegaram a um acordo informal para impedir que o país pudesse acessar a tribuna, informou à AFP um representante de uma das três potências, que também pediu para não ser identificado.
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