Mais de cinco bilhões de pessoas poderão ter dificuldade de acesso à água até 2050Freepik
Mais de cinco bilhões de pessoas podem ter dificuldade de acesso à agua em 2050, adverte OMM
Em 2018, já havia 3,6 bilhões de pessoas sem acesso suficiente à água por pelo menos um mês, informa o novo relatório desta agência da ONU
Genebra - Mais de cinco bilhões de pessoas poderão ter dificuldade de acesso à água até 2050 - advertiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira, 5.
Em 2018, já havia 3,6 bilhões de pessoas sem acesso suficiente à água por pelo menos um mês, informa o novo relatório desta agência da ONU.
A OMM relata que, nos últimos 20 anos, o armazenamento de água no solo diminuiu um centímetro a cada ano, levando-se em consideração a superfície, o subsolo e a umidade do solo, assim como gelo e neve.
As maiores perdas estão ocorrendo na Antártica e na Groenlândia, mas "muitas áreas densamente povoadas, em latitudes mais baixas, sofrem perdas significativas em lugares, nos quais se costuma se abastecer de água", acrescenta a OMM.
Estas perdas têm "consequências importantes para a segurança hídrica", ressalta o documento, em especial, porque "a água doce utilizável e disponível representa apenas 0,5% da água presente na Terra".
Ao mesmo tempo, os riscos relacionados com a água aumentaram nas últimas duas décadas.
Desde 2000, o número de catástrofes envolvendo inundações aumentou 134% em comparação com as duas décadas anteriores. Enquanto isso, o número e a duração dos eventos de seca aumentaram 29% no mesmo período.
A maioria das mortes e dos danos econômicos causados pelas enchentes acontece na Ásia, mas a seca é a principal causa de óbitos na África.
Para a OMM é fundamental investir tanto em sistemas que permitem uma melhor gestão dos recursos quanto nos sistemas de alerta precoce.
"Estes serviços, sistemas e investimentos ainda não são suficientes", observa a organização.
Cerca de 60% dos serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais - os mesmos encarregados de fornecer informações e alertas para as autoridades e para o público em geral - "não dispõem de toda capacidade necessária para prestar serviços climatológicos para o setor hídrico".
A organização descobriu que, em cerca de 40% de seus países-membros, "não se coleta dados sobre as variáveis hidrológicas básicas". Além disso, "em 67% deles não se dispõe de dados hidrológicos".
Em pouco mais da metade dos países, não há sistemas de previsão e de alerta de início, nem de fim das secas, ou, quando existem, são inadequados. Em um terço dos países-membros, os sistemas de previsão e de alerta para aumento no volume de água dos rios também são inexistentes, ou inadequados.
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