Debate ganhou maior urgência, já que o assunto gera impacto no compromisso da Europa de atingir zero emissão de carbono até 2050AFP
Países da União Europeia pedem resposta do bloco sobre aumento de preços de energia
Apesar do descontentamento geral com o tema, a unidade sobre qual caminho seguir ainda parece longe de ser alcançada entre os países
Vários Estados-membros da União Europeia (UE) pediram nesta segunda-feira (4) uma ação conjunta do bloco contra o aumento recorde dos preços da energia, mas a unidade sobre qual caminho a seguir ainda parece longe de ser alcançada.
França e Espanha lideraram a carga durante uma reunião de ministros das Finanças da zona do euro, em Luxemburgo, às vésperas de a Comissão Europeia - braço executivo da UE - propor algumas soluções de curto prazo.
"O preço do gás subiu enorme e brutalmente nas últimas semanas", disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, ao chegar à sede das reuniões.
"É hora de ter uma resposta europeia" ao aumento dos preços, frisou Le Maire, acrescentando que o governo francês já havia ordenado seus próprios tetos de preços de emergência para o gás e energia elétrica.
A Espanha propõe, por sua vez, que a UE faça compras de gás como um bloco para aumentar o poder de negociação da UE, ante o aumento dos preços da energia.
É necessário "negociar com uma única voz em nível europeu", sugeriu a ministra espanhola da Economia, Nadia Calviño.
Já a Grécia propôs a criação de um fundo da UE para ajudar os países a superarem a atual conjuntura, enquanto a França quer que os preços da eletricidade sejam dissociados dos preços do gás - como é hoje na UE.
Tradicionalmente, porém, países como Alemanha e Holanda se opõem à intervenção do governo no mercado aberto de energia da Europa.
A Alemanha também busca proteger sua relação especial com a Rússia por seu fornecimento de gás natural, apesar dos crescentes pedidos de outros países da UE para que se afaste desse aliado como fonte de energia.
O debate ganhou uma urgência adicional, já que, a ele, somam-se vozes de advertência sobre o impacto da crise atual no compromisso da Europa de atingir zero emissão de carbono até 2050.
"Espero que as instituições europeias tomem medidas decisivas e urgentes para resolver este problema e garantir que o processo de transição verde seja o mais fluido e justo possível", completou Calviño.
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