"Investir em projetos relacionados com a extração contínua de energia fóssil implica crescentes riscos, sociais e econômicos", afirma um comunicado divulgado na COP26 de Glasgow AFP

Ao menos 19 países, incluindo Estados Unidos e Canadá, concordaram nesta quinta-feira, 4,  em parar de financiar com dinheiro público projetos de extração de energias fósseis fora de seus territórios até o fim de 2022.
"Investir em projetos relacionados com a extração contínua de energia fóssil implica crescentes riscos, sociais e econômicos", afirma um comunicado divulgado na COP26 de Glasgow.
O comunicado conjunto, no entanto, não tem as assinaturas de grandes consumidores e investidores de combustíveis fósseis, como China, Japão e Coreia do Sul.
A iniciativa, estimulada pela Grã-Bretanha, recebeu a rápida adesão de outros países. "Temos que colocar o financiamento público do lado correto da história", declarou o vice-ministro britânico de Negócios e Energia, Greg Hands.
A medida representa "a próxima fronteira crítica que devemos cruzar se desejamos manter de pé +1,5 ºC", afirmou Hands, em referência ao limite de aquecimento do planeta adotado como objetivo pela comunidade internacional no Acordo de Paris sobre o clima.
Os denominados projetos de energia de origem fóssil contínuos (petróleo, gás e carvão) são os que não incluem medidas para absorver as emissões de carbono que produzem.
Um estudo recente da organização Oil Change International mostrou que entre 2018 e 2020, os países desenvolvidos do G20 investiram 188 bilhões de dólares em projetos de extração no exterior, principalmente através de bancos de desenvolvimento multilaterais.
Estas instituições não estão envolvidas no compromisso anunciado, que as organizações não governamentais receberam com reservas.