Informação foi divulgada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, em discurso proferido nesta sexta-feira, 12AFP

Onze meses após o início da vacinação contra a Covid-19 no mundo, dois países ainda não aplicaram nenhuma dose em seus cidadãos: a Eritreia, na África, e a Coreia do Norte, na Ásia.
A informação foi divulgada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, em discurso proferido nesta sexta-feira (12) e divulgado nas redes sociais da instituição. Adhanom não se aprofundou sobre a situação dos dois países, mas uma reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em julho, aponta que ambos adotaram uma postura negacionista em relação à Covid-19.
Números consultados pelo iG no portal da Universidade de Johns Hopkins, que acompanha o avanço da pandemia a nível global, indicam que a Eritreia tem o total de 7.039 casos de coronavírus e 48 mortes decorrentes da doença. Já a Coreia do Norte sequer aparece na lista — o país não divulga suas estatísticas sobre o vírus.
Desigualdade na vacinação
Embora tenha mencionado os países que nem sequer começaram a imunizar as pessoas, o diretor-geral da OMS discursou sobre a desigualdade na distribuição de doses, num cenário em que nações bem desenvolvidas chegam a ter sobra de imunizantes e países mais pobres não conseguem avançar com suas campanhas por falta de doses.
"Todos os dias, há seis vezes mais [doses] de reforço administradas globalmente que primeiras doses em países de baixa renda", criticou Adhanom. "Não faz sentido dar doses de reforço a adultos ou vacinar crianças, quando trabalhadores da saúde e idosos e pessoas no grupo de risco da doença ao redor do mundo ainda estão esperando sua primeira dose", acrescentou.
O Brasil já começou a aplicar a terceira dose, mas apenas em idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.
No país, o avanço da vacinação, com mais de 50% da população já imunizada com as duas doses, somado a outras medidas preventivas culminou na desaceleração dos índices da pandemia. Nesta quinta-feira (11), por exemplo, a média móvel de mortes foi de 222 ocorrências , número que já superou a marca de 3.000 óbitos em abril, no auge da segunda onda.