Anvisa americana proíbe administração do medicamento para casos da doençaPixabay / Creative Commons

Um homem de 52 anos, morreu de covid-19 no último domingo, 12, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, após sua esposa ter entrado na Justiça para conseguir o direito de tratá-lo com ivermectina. Keith Smith recebeu as duas doses do medicamento antes de sua condição piorar e o médico interromper o tratamento. A morte ocorreu sete dias após a primeira dose.
Ele foi diagnosticado no dia 10 de novembro e foi internado na unidade de terapia intensiva do hospital em coma induzido 11 dias depois. Com o quadro de saúde piorando, sua esposa, Darla Smith, buscou na ivermectina uma solução milagrosa para a cura do companheiro.
Segundo o jornal The Independent, a mulher foi incentivada por publicações nas redes sociais de grupos conservadores, impulsionados em parte por um serviço de telemedicina pró-Donald Trump que vende prescrições para o medicamento.
Entretanto, a droga é proibida para o tratamento do coronavírus em hospitais do país devido sua ineficácia e riscos comprovados. A ivermectina é um medicamento antiparasitário, administrado principalmente a animais para tratar sarna e outras doenças. Casada com Smith há 24 anos, a mulher entrou com um processo judicial para que o hospital administrasse a droga em seu marido.
No dia 3 de dezembro, o juiz do Tribunal do Condado de York, Clyde Vedder, decidiu que não poderia obrigar o hospital a tratar o paciente com ivermectina, mas permitiu que Smith chamasse um médico independente para administrá-la. Ela foi atendida pela Front Line Covid-10 Critical Care Alliance (FLCCC), grupo que promove o uso da droga no tratamento da doença.
 
"Ele é o amor da minha vida, e estou completamente perdida e vazia sem ele. Neste ponto, não há nada mais que o hospital possa fazer, ou faça, pelo meu marido. No entanto, não posso desistir dele, mesmo que já tenham", escreveu em um depoimento ao tribunal.
 
O caso de Keith foi similar ao caso de uma professora de 47 anos da Flórida que morreu de covid-19, em novembro. Neste caso, foi o marido que foi ao tribunal para tratá-la com ivermectina.
A droga não é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA, órgão semelhante à Anvisa no Brasil) porque não se mostrou promissora em ensaios pré-clínicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia informado, em março deste ano, que a eficácia do medicamento no tratamento da doença permanecia sem comprovação.