Representante russo, Vasily Nebenzya, defende ações russas, dizendo que haveria 'genocídio' na UcrâniaJohannes EISELE / AFP

Vasily Nebenzya, representante permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), defendeu as decisões do governo de Vladimir Putin em relação à Ucrânia, dizendo que haveria um "genocídio" em andamento contra a população falante de russo que vive na região. O discurso foi feito na Assembleia Geral do grupo, nesta quarta-feira, 23.
Segundo Nebenzya, Moscou precisou adotar ações diante da postura de Kiev. Por isso, reconheceu a independência de duas províncias no leste ucraniano. "Não podemos ficar indiferentes ao destino dos quatro milhões de habitantes de Donbass", afirmou sobre a área ucraniana que é alvo da disputa. Em sua avaliação, a Ucrânia estava interessada nas terras da região, mas não em seus habitantes. Nebenzya ainda afirmou que milhares de pessoas já fugiram da região em busca de abrigo em solo russo.
Sanções da UE
A União Europeia adotou nesta quarta-feira um pacote de sanções contra a Rússia em resposta à decisão do país de reconhecer as regiões no oeste ucraniano e de enviar tropas para o local. "Tais decisões são ilegais e inaceitáveis. Elas violam o direito internacional, a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, os próprios compromissos internacionais da Rússia e aumentam ainda mais a crise", disse Josep Borell, alto representante da União Europeia nas relações exteriores e políticas de segurança.
As medidas já haviam sido anunciadas nessa terça-feira, 22, por Borell e incluem punições aos 351 integrantes do braço legislativo da Federação Russa (Duma) além de 27 indivíduos e entidades envolvidas na "grave violação da integridade territorial" da Ucrânia. Sanções no setor financeiro também foram anunciadas.