Secretário-geral da Otan, Jens StoltenbergAFP

Antalya - "A Otan não quer uma guerra aberta com a Rússia", declarou nesta sexta-feira (11) à AFP Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança, em Antália, sul da Turquia, onde participa de um fórum diplomático.
"Temos a responsabilidade de impedir que esse conflito (entre Rússia e Ucrânia) se estenda além das fronteiras da Ucrânia e se transforme em uma guerra aberta entre a Rússia e a Otan", acrescentou.
Stoltenberg justificou assim a recusa da Aliança Atlântica em estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para proteger a população dos bombardeios russos.
Tal movimento "significaria estar disposto a derrubar aeronaves russas", disse ele, "e certamente nos levaria a uma guerra aberta".
Stoltenberg deve se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um dia depois que os ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano se reuniram em Antália, à margem do mesmo fórum.
O chefe da Otan, organização da qual a Turquia é membro, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "acabe com esta guerra sem sentido" e encontre uma "solução política".
"A primeira medida seria garantir corredores humanitários para que as pessoas possam sair e buscar alimentos e remédios", apontou.
O mandatário russo disse, nesta quinta, que viu alguns "passos positivos" nas negociações com a Ucrânia em um encontro com o seu aliado bielorrusso Alexander Lukashenko.
A Turquia, aliada da Ucrânia que a entregou drones de combate, trata também de manter relações com Moscou.
O porta-voz presidencial turco, Ibrahim Kalin, reiterou em uma entrevista à CNN, nesta quinta, que Ancara não possui planos de se somar às sanções ocidentais.
"Neste momento, não temos previsto impor sanções à Rússia. Porque queremos manter aberto o canal de confiança, os canais de comunicação. E, por consequência, não queremos que nossa economia se veja afetada", admitiu Kalin.
O porta-voz também destacou a importância de levar a cabo várias iniciativas diplomáticas: "A reunião de quinta na Antália deve ser vista como um passo que conduzirá a outros", disse.
Mais de 80 ministros, vice-ministros e responsáveis de governo foram convidados para o fórum diplomático na Antália.