Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirma que acordo de neutralidade está próximoAFP Photo
Possível acordo de neutralidade da Ucrânia prevê que país tenha Exército apenas para autodefesa
Pacto obrigaria a nação a se manter neutra em conflitos e a garantir que não integraria a OTAN
Autoridades russas indicaram nesta quarta-feira, 16, que um acordo de paz com a Ucrânia pode estar próximo se o país desistir de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e mantiver suas Forças Armadas apenas para autodefesa.
Para o jornal russo RBC, O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que a neutralidade ucraniana está sendo debatida seriamente com garantias de segurança e que “há alguma esperança de chegar a um compromisso”.
A Ucrânia já informou que está aberta a negociações, mas que não irá se render ou aceitar ultimados russos.
Segundo Lavrov, o modelo de neutralidade em discussão é semelhante ao adotado pela Áustria, que tem seu próprio Exército apenas para se defender de possíveis agressões, mas se declara neutra em conflitos. A proposta em debate também prevê que a Ucrânia se comprometa a não entrar para a OTAN e não ter bases militares estrangeiras em seu território.
“Embora esteja claro que o problema é muito mais amplo, se pudermos proclamar neutralidade e declarar garantias, será um avanço significativo”, afirmou Lavrov. Ele também informou que as principais questões do debate são a segurança das pessoas do leste da Ucrânia e a garantia de direitos dos falantes de russo que moram no país.
Em outras ocasiões, a Rússia já informou que exige o reconhecimento da soberania russa sobre a Criméia e a desnazificação da Ucrânia.
As autoridades ucranianas, porém, afirmaram que não aceitariam um acordo nos moldes da Áustria. "A Ucrânia está em uma guerra direta com a Rússia. Portanto, o modelo só pode ser 'ucraniano' e apenas com base em garantias sólidas em termos de segurança", afirmou o negociador Mikhailo Podolyak, em comentários publicados pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky.
Kiev pediu que os signatários do acordo se comprometam a intervir em caso de agressão à Ucrânia. O país também quer uma zona de exclusão aérea sobre seu território em caso de ofensiva, acrescentou o negociador.
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