Presidente da Ucrânia, Volodymyr ZelenskyAFP

Nações Unidas - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta terça-feira, 5, a agir "imediatamente" contra a Rússia, pelo que ele descreveu como "piores crimes de guerra" já cometidos desde a Segunda Guerra Mundial.

Nesse sentido, Zelensky pediu que Moscou seja "responsabilizada" pelos ataques a seu país, assim como excluída deste Conselho, e que o sistema deste órgão decisório das Nações Unidas passe por reformas, para que "o direito de veto não signifique o direito de morrer".

Em seu discurso, afirmou ainda que as tropas invasoras enviaram "centenas de milhares" de ucranianos para a Rússia desde a deflagração da ofensiva contra seu país.
Bombas de fragmentação
A ONU recebeu depoimentos "credíveis" de que a Rússia teria utilizado bombas de fragmentação em áreas povoadas da Ucrânia ao menos 24 vezes, disse ao Conselho de Segurança uma alta funcionária da organização.

"As alegações de que as forças ucranianas teriam utilizado essas armas também estão sendo investigadas", acrescentou Rosemary DiCarlo.
Evacuação
A Rússia procedeu com a evacuação de "600 mil pessoas" da Ucrânia, que não partiram "sob coação ou foram sequestradas", como diz o Ocidente, declarou o embaixador russo no Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia.

"Nós não viemos para a Ucrânia para conquistar territórios", afirmou ele, novamente contestando as acusações de atrocidades que pesam sobre o exército russo.
Ataque a helicóptero
Também nesta terça, o exército russo afirmou que derrubou dois helicópteros ucranianos que tentavam retirar os chefes de um batalhão nacionalista que participa da defesa do sitiado porto de Mariupol (sudeste).
"Nesta manhã, 5 de abril, perto de Mariupol, uma nova tentativa do governo de Kiev de evacuar os líderes do batalhão nacionalista Azov foi abortada. Dois helicópteros Mi-8 ucranianos, que tentavam chegar à cidade a partir do mar, foram derrubados por sistemas antiaéreos portáteis", disse o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
O porta-voz disse que Moscou sugeriu aos combatentes ucranianos que deponham suas armas e deixem a cidade "por uma rota acordada" para o território controlado por Kiev.
O exército ucraniano, no entanto, "ignorou" essa proposta. "Como Kiev não está interessada em salvar a vida de seus soldados, Mariupol será libertada dos nacionalistas", afirmou Konashenkov.
Na semana passada, o mesmo funcionário afirmou que o exército russo derrubou um helicóptero ucraniano para evacuar os comandantes do batalhão Azov, que defende Mariupol há semanas.