Pedro Castillo tomou posse como presidente do Peru em julho deste anoAFP

O presidente peruano, o esquerdista Pedro Castillo, anunciou na tarde desta terça-feira, 5, o fim antecipado do toque de recolher diurno que tinha decretado em Lima e no porto vizinho de Callao para conter os protestos.
"A partir deste momento, vamos tornar sem efeito esta imobilidade [toque de recolher]. Corresponde chamar o povo peruano à tranquilidade", disse Castillo, sentado ao lado da presidente do Congresso, a opositora María del Carmen Alva.
Patrulhas militares e policiais policiavam nesta terça-feira as ruas semi-desertas de Lima, fazendo cumprir o toque de recolher diurno decretado por Castillo, que foi rejeitado por amplos setores da população, incluindo líderes da esquerda.
"As medidas tomadas, como as adotadas ontem [segunda-feira], não são para ir contra o povo, mas para resguardar a vida dos compatriotas", disse Castillo, que enfrenta o primeiro protesto de seu governo, iniciado há oito meses.
O anúncio do fim do toque de recolher, que devia durar até a meia-noite, foi recebido com vivas por centenas de manifestantes reunidos perto do edifício do Congresso e em outras partes de Lima, afirmando que tinham dobrado o presidente, observaram jornalistas da AFP.
Os comércios estavam fechadas, as aulas suspensas e o transporte público era quase ausente na capital e no vizinho porto de Callao, onde vivem 10 milhões de pessoas.
Os limenhos foram surpreendidos pela medida, anunciada pela TV por volta da meia-noite de segunda por Castillo, pois os distúrbios do dia tinham sido focalizados e os mais graves ocorreram em províncias, não na capital.