Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyAFP
Os soldados ucranianos lutam uma das batalhas "mais difíceis" da guerra de Severodonetsk, que está em grande parte sob controle das tropas russas, afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Severodonetsk e a vizinha Lysychansk, separadas por um rio, se tornaram o centro do ataque de Moscou que, se conquistadas, representariam uma grande vantagem para assumir o controle de toda a bacia de mineração do Donbass, controlada parcialmente desde 2014 por separatistas pró-Rússia.
Kiev poderia, no entanto, retomar o controle de Severodonetsk "em dois ou três dias" se tiver a sua disposição artilharia de "longo alcance", afirmou nesta quinta-feira Serguei Gaiday, governador de Lugansk, uma das regiões do Donbass.
Os ucranianos pedem com insistência ao Ocidente mais sistemas de foguetes de longo alcance. O governo dos Estados Unidos já anunciou o envio de quatro dispositivos Himars (lança-foguetes que permitem disparos múltiplos e são instalados em veículos blindados leves, com um alcance de 80 km).
De acordo com Gaiday, nesta quinta-feira Severodonetsk é cenário de combates em terra e bombardeios russos "constantes" sobre as áreas ainda controladas pelos ucranianos. Quase 800 civis permanecem bloqueados na fábrica de produtos químicos Azot da cidade, onde procuraram refúgio, segundo o advogado de um magnata ucraniano que é proprietário das instalações. Até o momento, as autoridades ucranianas não confirmaram as informações.
Na quarta-feira à noite, as tropas russas bombardearam Azot pelo menos duas vezes, segundo a presidência ucraniana. Da outra margem do rio Donets, Lysychansk permanece completamente sob controle de Kiev, mas é cenário de bombardeios "caóticos", nas palavras de Gaiday, que acusa os russos de atirar "deliberadamente" contra hospitais e centros de distribuição de ajuda humanitária.
Embora muitos civis tenham abandonado as duas cidades, milhares permanecem na região, especialmente idosos, seus cuidadores ou moradores que não tinham recursos para fugir. "Todos os dias há bombardeios e todos os dias algo queima", disse à AFP Yuriy Krasnikov, um aposentado de um bairro repleto de casas destruídas em Lysychansk.
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