Relatório da ONU confirma mais de 23 mil violações graves aos direitos de crianças e adolescentes em conflitos armadosFreepik
O documento confirma 23.982 violações graves dos direitos dos menores de idade, em 2021, em conflitos em 21 países e na bacia do lago Chade na África, embora a chamada "lista da vergonha" seja encabeçada pelo Afeganistão, República Democrática do Congo, Israel e os territórios palestinos, Somália, Síria e Iêmen.
Para ilustrar os números incluídos no relatório elaborado por Virgina Gamba, representante especial do secretário-geral da ONU, o jovem Patrick Kumi, vítima do conflito no Sudão do Sul, levou sua história ao fórum, além de "algumas recomendações" que pediu que escutassem.
Em 2016, quando ele tinha 15 anos e acompanhava o pai no campo, um grupo armado os sequestrou e após sofrer torturas, seu pai foi executado na frente dele. E ele ouviu: "Junte-se à causa ou você vai morrer". "Não consigo me lembrar do que disse, mas me dei conta de que minha resposta havia sido sim", contou Kumi ao Conselho.
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Também pediu às partes em conflito que respeitem os direitos humanos e o refúgio, que aqueles que violam o direito humanitário internacional sejam levados à justiça. "Todo menor tem o direito de ser protegido tanto em tempos de paz quanto em guerra", lembrou a diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell.
Sequestros, estupros e outras formas de violência sexual contra menores aumentaram 20% em 2021 em relação ao ano anterior, que já havia registrado um crescimento de 90% nessas agressões, segundo o relatório da ONU. As estatísticas escondem realidades ainda mais trágicas. Por exemplo, o sequestro de meninas para fins sexuais, casamentos forçados e exploração aumentaram 41% em 2021.
Colômbia
São responsáveis por essas violações as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (Farc-EP) (75), o Exército de Libertação Nacional (ELN) (17), as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC) (17), perpetradores não identificados (8) e Los Caparrapos (6).
Futuros relatórios deverão incluir novos países e novos focos de conflito, como Etiópia, Moçambique e Ucrânia, alertam os autores. O Brasil, que está presidindo o Conselho de Segurança este mês, quis destacar no debate a situação dos refugiados, deslocados internos e apátridas. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 41% de todas as pessoas deslocadas à força em 2021 no mundo eram menores.
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