A visita de Nancy Pelosi a Taipé é vista como uma provocação pelo governo chinêsAFP

A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, deixou Taiwan nesta quarta-feira, 3, após uma visita responsável por escalar tensões com a China, afirmando que ela e outros membros do Congresso americano, em sua delegação, mostraram que não vão abandonar seus compromissos com a ilha. Agora, a presidente da Câmara embarca para a Coreia do Sul, próximo destino de sua tour pela Ásia, que também incluiu Cingapura, Malásia e Japão.
Pelosi concluiu a visita de um dia e deixou a China em clima de ebulição."Hoje, nossa delegação veio a Taiwan para deixar inequivocamente claro que não abandonaremos nosso compromisso com Taiwan e estamos orgulhosos de nossa amizade duradoura", disse Pelosi durante um evento com a presidente Tsai Ing-wen.

A presidente da Câmara se despediu das autoridades taiwanesas no aeroporto de Teipei e embarcou no avião militar americano que decolou às 7 horas de Brasília, de acordo com as imagens exibidas ao vivo por canais de televisão.
A China prometeu um dia tomar a autogovernada e democrática Taiwan à força, se necessário. O governo chinês já havia se manifestado contra a visita à Taiwan, que considera parte de seu território, e prometeu fortes retaliações. Pequim tenta manter a ilha isolada no cenário mundial e se opõe aos países que mantêm intercâmbios oficiais com Taipei.

O Ministério da Defesa de Taiwan disse que os exercícios militares da China violam as águas territoriais da ilha. Durante o evento, a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse à Pelosi que se mantém firme que a ilha "diante das crescentes e deliberadas ameaças militares [da China], Taiwan não recuará (...) Vamos manter a linha de defesa da democracia".

A China suspendeu nesta quarta-feira, 3, as exportações de areia natural à Taiwan e interrompeu as importações de frutas cítricas e produtos de pesca congelados importados da ilha de Taiwan que é considerada chinesa porém tem governo próprio, denominando-se autogovernada. "Algumas das áreas de exercícios da China invadem as águas territoriais (de Taiwan)", disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Sun Li-fang, em entrevista coletiva. "Este é um movimento irracional para desafiar a ordem internacional.”