Manifestantes marcharam pelo Centro de Buenos Aires para cobrar do governo medidas para combater a inflaçãoAFP
Organizações sociais vão às ruas de Buenos Aires contra inflação e por aumento de salário
Ação acontece na véspera da divulgação do índice oficial de inflação do mês julho, que deve superar 7%, o mais alto do ano
Buenos Aires - Organizações sociais de esquerda marcharam nesta quarta-feira, 10, até o Ministério da Economia da Argentina, reivindicando uma reunião com o titular da pasta, Sergio Massa. Constam na lista de demandas medidas e auxílios para mitigar aos efeitos do descontrole inflacionário no país.
A marcha percorreu as principais avenidas do centro de Buenos Aires. Milhares de manifestantes avançaram até uma concentração na tradicional Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, a sede da presidência, e o Ministério da Economia.
Entre as suas reivindicações, os movimentos sociais pedem o aumento do salário-mínimo e auxílios adicionais para aposentados, pequenos contribuintes, trabalhadores precarizados e beneficiários de programas sociais.
"O ministro falou aos mercados, aos setores de poder, mas não teve uma resposta para os setores populares de como paliar um processo inflacionário que não dá trégua", disse Eduardo Belliboni, dirigente da organização Polo Obrero.
A marcha acontece na véspera da divulgação do índice oficial de inflação do mês julho, que deve superar 7%, o mais alto do ano, depois que os preços dispararam com a renúncia do ex-ministro da Economia, Martín Guzmán, que também teve reflexos no mercado de câmbio, com forte valorização do dólar, em especial no mercado paralelo.
O aumento do custo de vida, por sua vez, acumula 36,2% no primeiro semestre, e analistas do mercado estimam que alcançará 90% até o fim deste ano.
Para Manuel Orellana, militante do Movimento Socialista dos Trabalhadores Teresa Vive, as medidas anunciadas até agora pelo governo "mostram que, no contexto da crise social, econômica e política vigente no país, [o governo] quer que os setores populares e os trabalhadores arquem com as festas de poucos".
Os manifestantes afirmaram que pretendem permanecer na Praça de Maio, a noite toda se for necessário, até que sejam recebidos pelo ministro.
As organizações sociais recebem importantes auxílios do Estado e subsídios. O governo argentino disse que anunciará esta semana um aumento para os aposentados em geral e adicionará um bônus extra para os que recebem o valor mínimo de aposentadoria.