Mais de mil pessoas foram detidas nesta quarta-feira, 21, na Rússia durante manifestações contra a mobilização de reservistas para a ofensiva na Ucrânia, anunciada horas antes pelo presidente Vladimir Putin, informou uma ONG.
Segundo o grupo de monitoramento OVD-Info, uma organização não-governamental especializada na contagem de detenções, houve manifestações em pelo menos 38 cidades de toda a Rússia, onde 1.240 pessoas foram detidas até às 16h desta quarta.
Tratam-se dos maiores protestos no país desde as que se seguiram ao anúncio da ofensiva russa na Ucrânia, no fim de fevereiro.
Após o anúncio, na terça-feira, 20, sobre a organização de "referendos" de anexação de quatro regiões do leste e do sul da Ucrânia a partir de sexta-feira, 23, as declarações do presidente russo marcam uma mudança no conflito, iniciado em 24 de fevereiro.
"Considero necessário apoiar a proposta (do ministério da Defesa) de mobilização parcial dos cidadãos na reserva, aqueles que já serviram (...) e que têm experiência pertinente", declarou Putin em um discurso gravado e exibido nesta quarta-feira na televisão.
"Estamos falando apenas de uma mobilização parcial", insistiu o presidente russo. Nos últimos dias, os rumores sobre uma mobilização geral provocaram preocupação entre muitos russos. O ministro da Defesa do país, Serguei Shoigu, explicou que a ordem envolve 300.000 reservistas, o que, em suas palavras, representa apenas "1,1% dos recursos que podem ser mobilizados".
A ordem é efetiva a partir desta quarta, segundo o presidente russo. O decreto foi publicado pouco depois da exibição do discurso no portal do Kremlin.
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